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João Satt

João Satt

Publicada em 28 de Agosto de 2024 às 18:32

O poder da influência

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João Satt Colunista
Somos resultado do meio. A influência do grupo inibe, por vezes, nos acovarda e aprisiona. No final do dia, sermos aceitos representa nosso pertencimento a um determinado "corpo social". Não é à toa que grupos são reconhecidos como "comunidades magenta", onde o líder manifesta opinião e seus seguidores a reforçam em palavras e atitudes. Discordar traz o risco da exclusão. A rejeição é uma das experiências mais dolorosas dos seres humanos, levando a consequências autodestrutivas e agressivas.
Somos resultado do meio. A influência do grupo inibe, por vezes, nos acovarda e aprisiona. No final do dia, sermos aceitos representa nosso pertencimento a um determinado "corpo social". Não é à toa que grupos são reconhecidos como "comunidades magenta", onde o líder manifesta opinião e seus seguidores a reforçam em palavras e atitudes. Discordar traz o risco da exclusão. A rejeição é uma das experiências mais dolorosas dos seres humanos, levando a consequências autodestrutivas e agressivas.
Elliot Aronson, no livro O animal social, descreve com nitidez o preço e o poder da "influência social" nas nossas vidas. O coletivo é implacável, dominante. Não é à toa que, com o passar do tempo, tudo e todos fiquem muito parecidos. Seja no uso das mesmas marcas de roupas, carros, nos esportes, em destinos de viagens, cortes de cabelo e até na adoção de preconceitos comuns.
A busca pela identidade social nos leva a comungar e praticar: valores, comportamentos, atitudes, rituais, palavras sagradas e, principalmente, posições políticas. No WhatsApp, só não há grupos de centro; em contrapartida, excedem os de direita e esquerda. Todos criticam e elogiam, de forma orgânica.
A história é farta em exemplos onde a influência do líder foi predominante, definindo e impondo aquilo ele considerava ser o melhor. Agora, vem comigo e pensa:
1. Por que você ainda se permite ser influenciado?
2. Até quando o medo de divergir prevalecerá sobre o que você realmente pensa?
Pontos de inflexão, pausas representam o marco zero da renovação. Crises são sempre bem-vindas, revelam limites e fraquezas do modelo e das relações; oportunizam a oxigenação, trazendo como bônus a revitalização e o resgate da energia realizadora. Do contrário, estaríamos até hoje andando em carruagens - nenhum "moonshot" foi criado por quem estava satisfeito com o status quo. Felizmente, a inquietude de alguns faz com que dediquem seu tempo a como levar os humanos a sobreviverem em Marte.
Discordar é um ato libertador, simboliza a coragem necessária para romper com as diferentes tipologias de prisão: social, empresarial, religiosa, política e econômica. Todas, sem exceção, destroem, ao longo do tempo, a possibilidade de uma vida saudável para você, assim como um futuro sustentável para a humanidade.
Mecanismos de blindagem são ativados para demonizar e desqualificar tudo aquilo que pode vir a desestabilizar a manutenção do grupo dominante. Novos padrões de inovação representam uma agressão ao conservadorismo, contudo, são a única opção para garantir a perpetuidade. Vozes divergentes, via de regra, são reconhecidas como ameaças. O fator gerador da inveja nunca é apenas o acúmulo de bens materiais, e sim a criatividade de quem traz o impensado.
Urge uma mudança na cultura: precisamos aprender a ouvir. Fomos ensinados a rebater, julgar, sem aprofundar. Acolher os novos caminhos que se apresentam, sem preconceitos, é uma atitude sábia que poderá nos conduzir a melhores alternativas de futuro para nossos filhos e netos.
 

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