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Teatro
Antônio Hohlfeldt

Antônio Hohlfeldt

Publicada em 31 de Outubro de 2024 às 19:28

Palco Giratório Sesc 2024: estamos voltando aos festivais

Peça 'Cabelos Arrepiados' é uma das atrações do Palco Giratório Sesc, que começa neste final de semana

Peça 'Cabelos Arrepiados' é uma das atrações do Palco Giratório Sesc, que começa neste final de semana

MARIA HAYDÊE/DIVULGAÇÃO/JC
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Antonio Hohlfeldt
Na mesma semana em que se inicia uma nova Feira do Livro de Porto Alegre, em espaço de praça que foi absolutamente destruída pela enchente de maio último, também se inicia o primeiro dos três festivais de teatro tradicionais da cidade e que igualmente - dois deles, pelo menos - foram afetados pelas enchentes do ano: o Palco Giratório, patrocinado pelo Sesc.
Na mesma semana em que se inicia uma nova Feira do Livro de Porto Alegre, em espaço de praça que foi absolutamente destruída pela enchente de maio último, também se inicia o primeiro dos três festivais de teatro tradicionais da cidade e que igualmente - dois deles, pelo menos - foram afetados pelas enchentes do ano: o Palco Giratório, patrocinado pelo Sesc.
Tradicionalmente ocorrendo no primeiro semestre, justamente entre os meses de maio e de junho, o Palco Giratório foi transferido, na ocasião sem data definida. Gradualmente, as opções se afunilaram e chegou-se ao período de novembro, cuidando-se para que se conseguisse combinar as datas com o Porto Alegre em Cena, patrocinado pela prefeitura municipal, e que acontece normalmente entre setembro e outubro. O Porto Alegre em Cena vai acontecer imediatamente depois do Palco Giratório, e em janeiro e fevereiro teremos o Porto Verão Alegre que, tradicionalmente, ocorre naquele mesmo período. O que importa, contudo, é que, apesar das dificuldades de patrocínios, preocupação em articular prazos e decidir sobre características de cada mostra, no sentido de não se repetirem os mesmos espetáculos, o público poderá conhecer o maior conjunto possível de produções de artes cênicas. Incluindo teatro e dança, teremos, assim, um conjunto de trabalhos produzidos sobretudo no Rio Grande do Sul, ampliando uma iniciativa que a Secretaria de Estado da Cultura realizou, logo na retomada das atividades culturais, lançando editais para grupos do Estado se apresentarem na Capital e de grupos da Capital viajarem para o interior. Mais que isso, o mesmo Sesc, realizando uma política que o Ministério de Cultura deveria ter tido a iniciativa de executar e não o fez, lançou edital para levar grupos de teatro locais em excursão por todo o País, garantindo, assim, sustentação financeira para nossos grupos e, ao mesmo tempo, divulgação destes grupos pelo Brasil.
A programação, embora dê ênfase a agrupamentos locais, terá atrações de Roraima, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Santa Catarina, dentre outros centros, com destaque para dois espetáculos, ambos a ocorrerem no palco do Theatro São Pedro, por suas características e abrangência de público: o musical sobre Leci Brandão e o show de Sandra de Sá. No primeiro caso, trata-se de um espetáculo sobre a cantora que, em princípio, deveria vir a Porto Alegre, mas que, aparentemente por questões de saúde, não conseguirá cumprir este compromisso. Mas fica o espetáculo. Quanto a Sandra de Sá, é um momento muito especial no festival, que certamente vai movimentar nosso público.
Outro destaque deste ano é a ênfase sobre espetáculos circenses e de rua, abrindo espaço para agrupamentos de performances variadas, o que amplia o universo de atenção do público para o festival. Há também a realização do 5º Seminário Palco Giratório, inclusive discutindo a produção e a história de alguns dos grupos que estarão presentes no festival.
Estão programadas, ainda, outras atividades paralelas, que implicam igualmente debates e encontros com grupos artísticos, destacando as dificuldades dos grupos negros de artes cênicas, de um lado e, de outro, a importância do teatro dirigido às crianças e jovens. Leve-se em conta que, nesta temporada, há uma escassez de espetáculos dirigidos a este público, tanto que os jurados do Prêmio Tibicuera estão tendo dificuldades em decidir suas premiações. Ou seja, há uma urgência em retomarmos espaços para este tipo de produção, que responde diretamente pela criação de plateia para os demais espetáculos.
Por fim, outro destaque importante é o fato de o Palco Giratório experimentar, nesta edição, uma descentralização mais evidente, não ocorrendo apenas na sala do próprio Sesc, na Alberto Bins, mas em espaços variados de Porto Alegre, o que garante, também, apoio a muitos espaços que foram, direta ou indiretamente, impactados pelas enchentes.
Em síntese, se no primeiro semestre, experimentávamos desolação e dúvidas sobre o quanto se poderia realizar ainda, nesta temporada, a iniciativa e perseverança das diferentes entidades que respondem por tais festivais permitiu ultrapassarmos esta perspectiva negativista. Vamos torcer para que a qualidade tenha igualmente sido mantida, aliás, tanto neste, quanto nos demais festivais já anunciados. Aliás, nos próximos dias o Porto Alegre em Cena deve anunciar a programação da mostra, já que o conjunto de espetáculos escolhidos já foi anunciado na semana passada.
 

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