A Frente Parlamentar Evangélica, agora sob o comando do deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP), vai entrar com força no debate econômico. O objetivo é disputar com Lula em 2026. A vitória de Gilberto Nascimento é vista como uma maneira de afastar a Bancada Evangélica do Palácio do Planalto. A deputada federal gaúcha Reginete Bispo (PT, foto), suplente do deputado Paulo Pimenta, fez à coluna Repórter Brasília, uma análise da nova postura da Bancada Evangélica.
Bolsonaro não é candidato
Para Reginete Bispo, dois pontos devem ser colocados: primeiro, Jair Bolsonaro (PL) não é candidato em 2026. Segundo, é importante ressaltar que a Frente Evangélica é composta por vários segmentos, com diferentes congregações. "Nós temos, por exemplo, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) na Frente Evangélica."
Vejo como muito ruim
"O que a gente viu nas últimas décadas e que agora tem essa configuração de fazer uso da política, de estarem organizadas politicamente, passa muito "pela nossa concepção neopentecostal", afirmou Reginete Bispo. "Defendem uma certa prosperidade, que está muito vinculada ao aspecto econômico. Fora isso, não quer dizer que melhore a vida dos seus seguidores, dos seus adeptos, mas eu vejo isso como muito ruim ", criticou a parlamentar petista.
Comercializar a fé
Na opinião de Reginete Bispo, que não economizou adjetivos, "alguns evangélicos têm um perfil de comercializar a fé. São pessoas que enriqueceram comercializando a fé, explorando a fé de pessoas simples, pessoas oprimidas. Fazem disputa política e se associaram com o que tem de pior nesse País. Se associaram ao fascismo, que caminha de braços dados com o racismo, com o supremacismo".
Mais oportunismo do que cristianismo
Para Reginete Bispo, "a Frente Evangélica, os parlamentares que compõem essa frente, os líderes religiosos se utilizam da fé, da confiança das pessoas, usam a Igreja para fazer disputa política, e uma disputa apoiando concepções políticas que não têm nada a ver com cristianismo, é mais oportunismo do que cristianismo".
Atrocidades em nome da fé
"Em nome da fé, em nome de Deus, em nome da religião vão fazendo atrocidade nesse País", disparou a congressista gaúcha acentuando: "tenho a impressão que, nesse último período, as bases dessas igrejas também começam a perceber que essa entrada, esse uso da fé na política, também afeta as igrejas, afeta as pessoas". Para Reginete Bispo, "nós precisamos de uma política precisa, de políticas públicas sérias e que resolvam o problema delas, do emprego, por exemplo".