Os efeitos das medidas que começaram a ser tomadas pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a economia, a geopolítica e as relações comerciais entre Brasil e EUA, foram avaliadas, em entrevista, ontem, pelo CEO da Câmara Americana de Comércio para o Brasil, Abrão Neto. O deputado gaúcho Elvino Bohn Gass (foto, PT) disparou: "Trump cria factoides, discursos que não se viabilizam".
Mudanças são constantes
Na avaliação de Abrão Neto, "é uma mudança importante no cenário internacional, que obviamente tem efeitos igualmente importantes para a relação bilateral". Na visão do executivo, "num primeiro momento, vale fazer uma perspectiva; colocar na perspectiva que mudanças nos governos, na relação bilateral, são uma constante".
Aumento de tarifas
O executivo da Câmara Americana de Comércio para o Brasil lembrou: "durante a campanha, Trump mencionou que aplicaria aumentos de tarifas de até 20% contra as suas importações em geral. 60% contra as importações da China. Isso não aconteceu nos anúncios feitos na posse".
Impactos sistêmicos
Em relação à moeda norte-americana, Abrão Neto considerou: "a gente está discutindo impactos que são sistêmicos. Obviamente, as medidas que foram anunciadas nesta segunda-feira e vão ser anunciadas ao longo deste mandato, vão ter um efeito no comportamento do mercado".
Criar factoides
Comentando as sobre as relações Brasil-EUA a partir de Trump, o deputado Bohn Gass disse ao Repórter Brasília que "Donald Trump cria factoides, discursos que não se viabilizam, procura inimigos comuns, ou jogar a força contra um, identificar um inimigo que tem que ser combatido".
Sentimento da América
Para Bohn Gass, "Trump quer projetar no decréscimo que está os Estados Unidos na competição mundial com a China e quer ter esses anos de ouro. Ele tem que fazer esse discurso para criar esse sentimento da América".
Relação Comercial importante
Brasil e Estados Unidos têm uma relação comercial muito importante. No segmento de serviços, no ano passado, as trocas bilaterais superaram 80 bilhões de dólares. O Brasil teve recorde nas suas exportações para os EUA, mais de 40 bilhões de dólares. E as importações brasileiras vindas dos Estados Unidos também aumentaram.