Um estudo do Fórum Econômico Mundial e da Fundação Dom Cabral mostra qual deve ser o impacto de tecnologias, como a Inteligência Artificial, no mercado de trabalho nos próximos anos. O diretor do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral, Hugo Tadeu (foto), apresentou detalhes do estudo, na sexta-feira (10), destacando que o relatório não trouxe visão catastrófica.
Empregadores e empregados
Hugo Tadeu afirmou que "a estimativa é que mais de 60, 70 milhões de empregos sejam gerados". Chamou a atenção a responsabilidade tanto dos empregadores, quanto dos empregados, para a requalificação.
IA deixou de ser futurista
A pesquisa que está publicada no site da Fundação Dom Cabral foi realizada em 55 países, e as perspectivas valem até 2030. Hugo Tadeu destaca que "em especial, a mensagem da pesquisa é que assuntos da Inteligência Artificial deixam de ser futuristas".
Tecnologias auxiliam no processo produtivo
A mensagem principal, segundo Hugo Tadeu, "é que está na hora de voltar aos bancos escolares e entender que essas tecnologias, elas nos auxiliam no processo produtivo, não ao contrário, ninguém vai ser demitido, vai perder seu emprego em larga escala, como foi propagado anos atrás".
Empresas brasileiras
No caso específico do Brasil, o dado que é muito direto e objetivo é que as empresas brasileiras, no lugar de elas fazerem qualificação e requalificação, elas têm optado por demitir.
Agenda dos conselhos
"É preciso levar o assunto do futuro do trabalho para as agendas dos conselhos, para agendas das diretorias, e que isso signifique investimento e um entendimento do perfil que a gente tem de funcionário, e que tipo de conhecimento que a gente deveria então suportar para esse empregado", destaca Hugo Tadeu, com base no estudo do Banco Mundial e da Fundação Dom Cabral.
Educação, ciência e tecnologia
Para o deputado federal gaúcho Pompeo de Mattos (PDT), "com a experiência de quem foi Secretário do Trabalho do Rio Grande do Sul, exatamente quando houve o 'boom' de geração de emprego (2012/2013), quando o Brasil teve a maior geração de emprego da história do País, a inteligência artificial nos mostra que hoje a educação ela não é mais só educação. A educação está umbilicalmente ligada à ciência e à tecnologia", diz.
O bem e o mal da IA
O parlamentar chama atenção para o fato de que, "a inteligência artificial tem o bem, e tem gente que vai usar ela para o mal, mas ela é uma ferramenta fantástica no avanço do conhecimento".
Momento de oportunidade
Na opinião de Pompeo de Mattos, "a inteligência artificial é uma porta de abertura para o conhecimento, especialmente para a ciência e para a tecnologia. E aí vai ser um momento de oportunidade para quem estiver interessado. Sim, mas tem que se estudar e se qualificar", pondera.
Menos doutores e mais técnicos
"Os profissionais, nas atividades que são atividades do cotidiano, com a inteligência artificial, vão provar que nós vamos precisar menos de doutores e mais técnicos", avalia Pompeo de Mattos.