A Polícia Federal está atrás de pessoas do agronegócio. Rastreia transações em espécie em Goiânia e Brasília para identificar financiadores da "trama golpista". A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que reúne 340 deputados federais e senadores, defende uma investigação conduzida com urgência e rigor, a respeito da suspeita de que o "pessoal do agronegócio" tenha financiado uma tentativa de golpe em 2022. A coluna Repórter Brasília ouviu o senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP, foto à esq.) e o deputado federal gaúcho Alceu Moreira (MDB, foto à dir.), ambos da FPA, sobre a acusação.
Narrativa infundada
Para o deputado Alceu Moreira, "não passa de uma narrativa completamente infundada com viés ideológico. Querem atingir o agronegócio, mas que na verdade não tem nenhum fundamento. O agronegócio jamais esteve como segmento empresarial envolvido nesse processo".
Posição ideológica
"O nosso pessoal tem posição ideológica, mas, se teve algum ato dessa natureza, ainda precisa comprovação disso, porque por enquanto temos uma nuvem de fumaça, vai ser de pessoas isoladas que devem ser tratadas na forma da lei", acentuou Alceu Moreira.
Dinheiro do agronegócio
A declaração aparece na decisão sobre a prisão preventiva do general Braga Netto, realizada no sábado, e foi dita em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, em 21 de novembro, pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Ele mencionou a entrega por Braga Netto de dinheiro obtido "junto ao pessoal do agronegócio".
O rigor da lei
A FPA quer que "os responsáveis sejam identificados e punidos com o máximo rigor da lei, independentemente da atividade econômica de eventuais envolvidos".
Ações isoladas
A frente parlamentar chamou o suposto financiamento de ações isoladas. "É inadmissível que ações isoladas sejam usadas para generalizar e comprometer a imagem de um setor econômico composto por mais de seis milhões de produtores e que desempenha papel fundamental no desenvolvimento do País".
Investigação legal e equilibrada
As lideranças da FPA cobram que as investigações sejam conduzidas "de forma legal, transparente, equilibrada e em estrita observância ao que determina a Constituição Federal".
Agronegócio não, diz Heinze
O senador Luis Carlos Heinze não acredita que o agronegócio tenha financiado a trama golpista. Na opinião do congressista, "se alguém contribuiu com isso, foi um ato isolado, e não o agronegócio. Caso alguém tenha feito isso, que seja identificado e responsabilizado".