O presidente da Argentina, Javier Milei, sabidamente é contra o Parlasul e o Mercosul. Os integrantes do Parlamento do Mercosul, da própria Argentina, enfrentam dificuldades em termos de recursos. Lá eles são eleitos para o próprio Parlasul, eles têm essa função exclusiva de estarem atentos às atividades do bloco, diferente do Brasil, onde o deputado ou senador eleito, é designado para esta tarefa. O novo presidente do Parlasul, Arlindo Chinaglia (PT, foto), terá que dar o “jeitinho brasileiro” para levar deputados argentinos às reuniões do Parlamento.
Deputados sem salários
O presidente argentino, Javier Milei, agora busca outro caminho para boicotar o Mercosul. Disse que não paga o salário dos deputados, não paga as passagens, não paga as diárias, não paga a ajuda de custo dos deputados eleitos para o Parlasul. A partir daí, foi criado um impasse, porque se os argentinos não participarem, não tem quórum, e sem quórum, como serão discutidos os acordos como, por exemplo, o da União Europeia-Mercosul? Questionam os parlamentares.
Impasse no Mercosul
Na avaliação de deputados integrantes do Parlasul, o presidente Javier Milei criou um novo impasse. Os parlamentares argentinos não participando, os acordos acabam não sendo referendados pelo Parlamento.
Brasil no comando do Parlasul
O novo presidente do Parlamento do Mercosul, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), eleito na última segunda-feira, assumirá o comando do Parlasul a partir de primeiro de janeiro. O novo presidente vai priorizar a agenda de integração fronteiriça do bloco, a integração de cadeias produtivas, segurança pública, e vai continuar acompanhando as atuais negociações comerciais com terceiros países.
Pautas vão travar por falta de quórum
Arlindo Chinaglia deverá acrescentar mais um desafio em sua agenda do bloco, “vai ter que encontrar uma forma de os parlamentares argentinos participarem das reuniões para que as propostas não acabem freadas, travadas”, argumenta um deputado gaúcho do Parlasul.
Ameaça ao Parlamento
O empecilho está justamente na delegação argentina, que é grande, que é importante e que tem uma participação fundamental no processo, até porque é o segundo país do bloco em termos de tamanho, de comércio e de economia. A decisão do presidente Javier Milei, “em princípio monocrática, feita por conta e risco dele, ameaça o próprio Parlamento do Mercosul, impossibilitando que o bloco avance, nas suas pautas de debate, nas comissões que estão organizadas e funcionando”, alertou o titular de uma importante Comissão do bloco à coluna Repórter Brasília.
“Jeitinho brasileiro”
Um bom exercício para o experiente deputado, Arlindo Chinaglia, será dar o famoso “jeitinho brasileiro” para fazer com que o Parlasul não acabe atrapalhando o acordo com a UE, que levou 25 anos para começar a pegar rumo, seja prejudicado pela postura do presidente argentino.
Rodízio entre países
O Brasil estará no comando do Parlasul por conta de um rodízio entre os países do bloco: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Hoje integram o Bloco: 37 parlamentares do Brasil, 37 da Argentina, 18 do Uruguai e 18 do Paraguai.