Além da reforma tributária e o corte de gastos, as conversas sobre uma reforma ministerial ganham musculatura na Esplanada dos Ministérios. No final do ano, o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) termina sua primeira metade. Para atender ao Congresso e amarrar apoio para 2026, Lula prepara uma reforma ministerial. De olho na Secretaria de Comunicação, de Paulo Pimenta (PT, foto), "aliados" cobiçam o espaço, estratégico para Lula.
Negociações avançando
A dança das cadeiras no governo para acomodar interesses de partidos aliados que podem garantir apoio tanto em votações na Câmara e no Senado quanto nas eleições em 2026 agora avança mais rapidamente. O governo quer também, com a reforma, melhorar a gestão em áreas vistas como problemáticas.
Comunicação Social
Entre os ministérios comandados pelo PT, o principal fogo cruzado dos aliados está na Secretaria de Comunicação Social (Secom), de Paulo Pimenta. Na sexta-feira, Lula fez críticas públicas à forma como o governo divulga suas ações. Alguns aliados defendem a saída do jornalista e deputado Paulo Pimenta da Secom. Na verdade, Lula quer dar um novo rumo à Comunicação Social.
Trabalho técnico
Acho pouco provável que o atual ministro deixe a Comunicação. Paulo Pimenta é um nome que Lula gosta muito, e tem estado ao lado do presidente e amigo também como conselheiro. O problema não é o titular da secretaria, o problema é o fato de você ter neste posto estratégico uma equipe que sob um comando político faça um trabalho técnico, sem as permanentes interferências ou pressões, principalmente, de disputa de espaço do PT.
Alianças com partidos de centro
Pensando em começar a segunda metade do mandato com os novos titulares e a renovação da aliança com partidos de centro, a proposta sofre resistências dentro do PT. Depois de um período de sete anos como presidente do partido, Gleisi Hoffmann afirma que o PT pode morrer, caso opte por fazer um movimento ao centro, o que é defendido por setores da própria sigla. Ela confia no apoio em 2026 das legendas que estão nos ministérios, ainda que parte delas flerte com outras candidaturas. E enxerga apenas Lula como nome capaz de enfrentar a oposição
Trocas no início do ano
Uma reunião ministerial de balanço e alinhamento de planos do governo deve acontecer em janeiro do próximo ano. A ideia do Palácio do Planalto é garantir os apoios de legendas do centro já no primeiro turno de 2026. A expectativa é que Lula possa anunciar as trocas em seu time até o início do ano que vem, para que já comece a segunda metade do mandato com a nova equipe e a renovação da aliança com partidos de centro.
Bolsa Família
Visto como vitrine do governo Lula, o Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, almejado por todos, tem sido criticado por aliados do presidente por não conseguir propagar as ações positivas do governo. Wellington Dias, que comanda a pasta mais social de Lula e tem a confiança do presidente, também vem recebendo críticas nos bastidores, claro, do famoso fogo amigo, bastante atuante no atual governo.