Os diagnósticos de coqueluche cresceram mais de 10 vezes neste ano, no Brasil, com 2,9 mil infectados até outubro, que é o maior número desde 2015. Mais de 10 mortes foram registradas após três anos sem óbitos pela doença. O País teve 212 casos da no ano passado inteiro. Para o deputado federal gaúcho e médico Osmar Terra (MDB, foto), "as vacinas não estão chegando aos postos, e doenças praticamente eliminadas estão voltando".
Cenário mais crítico
O estado com o cenário mais crítico é o Paraná. Os casos passaram de 16 no ano passado, para 1.101 neste ano. A doença saltou quase 7.000% em um ano.
Voltam doenças já eliminadas
O deputado Osmar Terra, que é médico e ex-secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, disse ao Repórter Brasília "que coqueluche tem vacinação obrigatória, ou a vacina não está funcionando, ou não estão conseguindo fazer a vacina". Segundo o parlamentar, "com a vacinação, todas essas doenças, as chamadas viroses comuns da infância, que a gente chama VCI, além da caxumba, a tosse convulsiva, a catapora, o sarampo, eles estavam praticamente eliminados".
Vacinas não chegam aos postos
Na avaliação de Osmar Terra, "o fato de estar acontecendo isso pode ser porque as pessoas não tenham a vacina, que é o que está ocorrendo agora; as vacinas básicas não estão chegando nos postos. O Ministério da Saúde não está conseguindo suprir ou tem algum outro problema, mas eu acho que o mais provável, é a falta de vacina".
Vacinas eficazes
O congressista afirmou: "essas vacinas são eficazes, elas têm eficácia, enquanto que a vacina da Covid não tinha". Ele argumenta que "diziam que a gente era contra a vacina, a gente é a favor da vacina, desde que ela seja eficaz".
Ministério culpa as pessoas
Para Osmar Terra, "o Ministério da Saúde tem que parar de ficar botando a culpa nas pessoas, que as pessoas não estão querendo se vacinar. Se existe programa de vacinação obrigatório, as pessoas se vacinam".
Desperdício de vacinas
O Brasil perdeu 58 milhões de vacinas vencidas no governo Lula. Má logística, compras perto do vencimento e baixa adesão da população, estão entre as causas. O ministério diz ter recebido doses com prazos expirados em 2023. É um aumento de 22% em relação aos 48 milhões de imunizantes desperdiçados por passarem da validade em todos os quatro anos do governo Bolsonaro. Os dados foram fornecidos a O Globo pelo Ministério da Saúde via Lei de Acesso à Informação.
Prejuízo de R$ 1,75 bilhão
Além da perda de imunização da população, o prejuízo financeiro com descarte das vacinas chega a R$ 1,75 bilhão, na atual gestão. Dos 58 milhões de imunizantes descartados, quase 46 milhões eram contra a Covid.
Menos pessoas protegidas
O desperdício de vacinas traz impacto não apenas financeiro, mas também afeta os esforços para consolidar campanhas de imunização, visto que doses desperdiçadas representam menos pessoas protegidas.