O coordenador do Centro de Estudos de Infraestrutura e Soluções Ambientais da FGV, economista Gesner de Oliveira, falou em entrevista nesta quinta-feira, da missão e prioridades do novo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo (d), que sucede Roberto Campos Neto (e). Na visão do economista, "primeiro é o controle da inflação, administrar a inflação baixa".
Credibilidade e estabilidade
"O segundo aspecto é uma missão institucional, que é garantir, consolidar e preservar a autonomia do BC, que dá muita credibilidade e estabilidade para a condução da política econômica", avalia Oliveira.
Agenda digital
Na opinião de Oliveira, "uma terceira agenda muito importante que o Banco Central vem fazendo nos últimos anos é a agenda digital, a agenda das novas tecnologias aplicadas ao sistema de pagamento, o funcionamento das plataformas digitais, a moeda digital".
Certa tensão é normal
Quanto às críticas do presidente Lula à condução do Banco Central, o economista avaliou que Roberto Campos Neto vem fazendo uma excelente gestão. "Até certo ponto é normal o que vem ocorrendo. A gente vê, em vários países, uma certa tensão entre aquilo que o governo deseja e aquilo que o Banco Central executa como política monetária."
Órgão de Estado
O economista ressalta que "o BC é um órgão de Estado, tem metas de caráter mais geral, muito técnicas, e deve manter isso. Acho que Gabriel Galípolo tem a vantagem de ter um trânsito maior junto ao governo, ele tem um bom diálogo com o presidente da República".
Interesses gerais da política econômica
No entendimento do economista da FGV, "o novo presidente do Banco Central tem todas as condições para ganhar a confiança do chamado mercado e da sociedade em geral, pela capacidade técnica e independência. Fazer prevalecer os interesses mais gerais da política econômica, e não a conveniência para atender pedidos nesta ou naquela conjuntura".
Crédito para a Agricultura familiar
Os deputados aprovaram mais recursos para garantir crédito à agricultura familiar, com aumento da participação do governo nas garantias de empréstimos. A agricultura familiar hoje no Brasil emprega mais de 10 milhões de pessoas.