Deputados e senadores retornam esta semana ao Parlamento, após o recesso, com várias pautas consideradas prioridade. Entre elas a desoneração e os ajustes à reforma tributária. Uma pauta que tem merecido atenção especial dos parlamentares é também a das cotas raciais no serviço público.
Grandes debates
O projeto de lei que trata sobre as cotas para negros em concursos públicos, garantidas pelo Supremo Tribunal Federal, ainda tramita no Congresso Nacional e promete grandes debates. O texto passou pela comissão de Constituição e Justiça do Senado e seguiria diretamente para a Câmara dos Deputados, mas senadores da oposição apresentaram recurso, o que levou o projeto ao plenário do Senado.
Contra as cotas raciais
A deputada Júlia Zanatta (PL-SC, à esq. na foto) disse, em debate com a deputada Carol Dartora (PT-PR, à dir. na foto) na TV Câmara, que é contra cotas raciais, porque elas não deram certo. "Por exemplo, vou citar algo que aconteceu nos Estados Unidos. A Suprema Corte norte-americana acabou com essas cotas raciais porque tem que tratar cada indivíduo, e não como uma coletividade abstrata. Colocando essas cotas você cria mais segregação na sociedade."
População excluída
A deputada Carol Dartora contesta a parlamentar catarinense e argumenta que "o Brasil tem uma população em que 56% é negra, e essa população é excluída da maioria dos espaços que a gente vê na sociedade e também do serviço público".
Favorável às cotas raciais
"Eu luto pelas cotas, sou favorável às cotas, e venho acompanhando o benefício dessa política pública para transformar o quadro de desigualdade racial que existe no Brasil", afirmou Carol Dartora. Ela discorda de que as cotas não sejam bem-sucedidas. "A gente tem pesquisas que demonstram que as cotas são uma política bem-sucedida ao redor do mundo."
Universidades se oxigenaram
"A gente viu isso no contexto das universidades brasileiras que se abriram, que se ampliaram, que se diversificaram graças às cotas e que inclusive se oxigenaram", destacou Carol Dartora.
Contra todas as cotas
Júlia Zanatta frisou que é contra qualquer tipo de cota nesse sentido, mesmo a social. Ela argumenta: "a social poderia ter o meu apoio, porque é mais justa, porque segregar as pessoas, dividir as pessoas em sexo, raça, não acho saudável para a sociedade".