Jornalismo desaparece da lista de cursos mais procurados

Deputado Paulo Fernando faz uma retrospectiva da atividade de jornalista desde a ditadura Vargas

Por JC

Paulo Fernando
O deputado professor Paulo Fernando (Republicanos-DF) alerta para o resultado do Censo sobre Ensino Superior 2020, publicado na última semana. "O Jornalismo desapareceu do rol dos cursos mais procurados." O parlamentar faz uma retrospectiva da atividade de jornalista desde a ditadura Vargas. "Atualmente, qualquer pessoa pode fazer um registro no Ministério do Trabalho e receber a sua carteira de jornalista".
Questões éticas do Jornalismo
Paulo Fernando (foto) argumenta "que é importante ter o diploma para aprender as técnicas de Jornalismo, aprende questões éticas de Jornalismo... Para que ele respeite o leitor, para que ele confie na informação que é dada, para que ele evite publicações caluniosas, injuriosas, grosseiras e, principalmente, o sensacionalismo, manchetes só para ganhar likes e curtidas".
Volta do diploma
Paulo Fernando defende que "a Câmara vote imediatamente a PEC 2006 de 2012, do senador Antônio Carlos Valadares, que está pronta para o plenário, estabelecendo novamente a questão do diploma de Jornalismo."
Ter ou não diploma
O presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), jornalista Marcelo Rech, disse ao Repórter Brasília que "a atividade de jornalista não se caracteriza por ter ou não ter diploma; em boa parte do mundo o jornalista não tem diploma, são formados em História, Filosofia, Ciências Sociais, e muitos jornalistas formados em Jornalismo, desenvolvem outras atividades".
Igual ao publicitário
Marcelo Rech defende que para o jornalista com diploma o mercado seja regulado da mesma forma que o de publicidade. "Valoriza-se o Ensino Superior específico, mas não é o diploma que torna alguém publicitário ou não. Não existe obrigatoriedade de diploma de publicitário para ser publicitário", acentua.
Conteúdos informativos
Para o presidente da ANJ, "a realidade que a internet impôs é que a pessoa produz conteúdos informativos ou desinformativos, sendo jornalista ou não sendo jornalista, em casa, na sua garagem, no seu escritório, no seu estúdio". Hoje, aponta Marcelo Rech, "não vai mudar a realidade de que milhares de produtores de conteúdo, de podcast etc, que não têm diploma e não terão diploma".
Horas extras
Na avaliação do presidente da entidade, "os maiores jornais brasileiros, no fundo, no fundo, o que se está tratando aqui é a obrigatoriedade de as repartições públicas pagarem hora extra para quem fizer mais de cinco horas". Marcelo argumenta que, "o assessor de imprensa, que não é jornalista - assessor de imprensa é uma atividade de relações públicas -, seria considerado jornalista, portanto, teria uma carga horária de cinco horas. O jornalista, por lei, tem uma carga horária de cinco. Então, a repartição pública onde um assessor de imprensa atua com diploma de jornalista, ou teria que cumprir uma jornada de cinco horas ou teria que pagar duas horas extras, mais uma hora de almoço, 8 horas".
Assessor de imprensa como jornalista
Na verdade, afirma Marcelo Rech, "isso é uma luta para caracterizar os assessores de imprensa como jornalistas, e com isso reduzir a carga horária ou aumentar o salário deles nas repartições públicas, basicamente".