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Futuro do ex-presidente Bolsonaro
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a analisar nesta quinta-feira processo pedido pelo PDT, que pode tornar Jair Bolsonaro (PL) inelegível. É a primeira sessão, das três necessárias para o julgamento, que deve terminar no final da próxima semana. Os magistrados vão avaliar se houve abuso de poder em uma reunião do ex-presidente com embaixadores estrangeiros. Na ocasião, Bolsonaro fez ataques às urnas eletrônicas e disseminou fake news sobre as eleições. O encontro ocorreu em julho de 2022, no Palácio da Alvorada.
Uso de recursos públicos
Na avaliação do Ministério Público Eleitoral, "houve irregularidades no uso de recursos públicos para propagação de mentiras". O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ficar inelegível por oito anos.
Fase de isolamento
No momento em que Bolsonaro enfrenta esse julgamento que pode afastá-lo da política por uma temporada, o chamado entorno do ex-presidente revela que ele vive uma fase de isolamento. A avaliação de seus auxiliares é que a cúpula do governo anterior, ministros, militares, membros do Judiciário e amigos, sumiu. O ex-presidente não tem contato com seus apoiadores graduados. A avaliação é que, agora, ele poderá se tornar inelegível, e a expectativa é que o julgamento do TSE casse os direitos políticos do ex-presidente; ele não é mais consultado para nada, nem para alianças ou estratégias para o futuro. Segundo analistas políticos, "hoje, nesse momento difícil de Jair Bolsonaro, ele está isolado e abandonado".
Nem pensar em 'submergir'
Na verdade, Bolsonaro não sossega. Na quarta-feira, quando ocorreu a sabatina do indicado por Lula para o Supremo, Cristiano Zanin, no Senado, o ex-presidente, contrariando todos os aconselhamentos, inclusive, do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e também do general Braga Neto, ex-ministro do seu governo, para sumir; na verdade a palavra foi "submergir", mas como é usual, mais uma vez, Jair Bolsonaro ignorou as recomendações "protetivas" e circulou entre os congressistas.
Estratégia perigosa
Questionado por jornalistas sobre a sua presença naquele momento no Senado, respondeu: "amanhã é o meu julgamento". A postura de Bolsonaro, segundo avaliam alguns membros do próprio PL, foi interpretada como uma estratégia "suicida", vista por muitos como mais um confronto aos ministros do tribunal. Ele, de novo, falou demais, dizendo que seria péssimo para a democracia se o caso dele for julgado de forma diferente do que foram julgados os episódios da chapa Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), em 2017, que tiveram mantidos seus direitos políticos.
'Inticar' com os ministros
Disse também, em coletiva nada oportuna no Congresso Nacional, "que a jurisprudência não poderia mudar". Como se diz, no Rio Grande, "inticou" com os ministros, às vésperas do julgamento.