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Repórter Brasília

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- Publicada em 05 de Junho de 2023 às 00:35

Contrabando prejudica vinho do BR

uvas parreira vinho

uvas parreira vinho


/ Dandy Marchety/Ibravin/JC
A chegada do inverno, com festas em ambientes aquecidos por charmosas lareiras e as sempre alegres comemorações juninas, sugere preferência às bebidas quentes, tendo o vinho como carro-chefe entre os brasileiros, em especial, de tal forma que, nos últimos 10 anos, dobrou o consumo dessa bebida no País; alcançando mais de 45 milhões com taças nas mãos. E parte desse consumo é de produtos da Argentina, sem esquecer que a boa produção nacional, no Rio Grande do Sul, tem também o Chile como forte concorrente.
A chegada do inverno, com festas em ambientes aquecidos por charmosas lareiras e as sempre alegres comemorações juninas, sugere preferência às bebidas quentes, tendo o vinho como carro-chefe entre os brasileiros, em especial, de tal forma que, nos últimos 10 anos, dobrou o consumo dessa bebida no País; alcançando mais de 45 milhões com taças nas mãos. E parte desse consumo é de produtos da Argentina, sem esquecer que a boa produção nacional, no Rio Grande do Sul, tem também o Chile como forte concorrente.
Consumo garantido
A notícia ruim nesse comércio é que, além dos pesados impostos que encarecem o produto, o contrabando de vinhos, a partir da fronteira do Brasil com a Argentina, movimentou só em 2021, em torno de R$ 2 bilhões. Esse valioso comércio de consumo garantido concorre com disparada vantagem sobre os brasileiros, pois não paga impostos e disputa o mercado com os vinhos nacionais.
Apreensões de contrabando
A porta de entrada do contrabando é pela região de Tiradentes do Sul, no norte do estado gaúcho. Só ali, a Receita Federal apurou que as apreensões de garrafas contrabandeadas aumentaram sete vezes nos últimos três anos. Do outro lado do Rio Uruguai, fica a cidade de El Soberbio, local de embarque do produto ilegal. O transporte ocorre em frágeis embarcações, que chegam a levar até 200 caixas em cada viagem; como já mostrou uma reportagem do Fantástico. Informações da Receita registram que a ousadia dos contrabandistas cresce na mesma proporção da entrada ilegal do vinho: em 2019 foram apreendidas 87 mil garradas; dois anos depois, esse número cresceu para 600 mil garrafas.
Prejuízo aos produtores
O prejuízo dessa entrada criminosa para a economia gaúcha, principalmente, envolve cerca de 20 mil agricultores familiares, e mais de 200 vinícolas, onde se situa a maior produção de espumantes do País.
Indignação política
Essa ilegalidade crescente provocou debates na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, especialmente na Comissão de Economia, Desenvolvimento e Turismo. Em recente audiência pública promovida pelos deputados petistas, Miguel Rossetto e Pepe Vargas, as questões do vinho, em geral, estavam na ordem do dia. "Além de combatermos a irregularidade e sonegação de impostos, visamos proteger a economia gaúcha, trabalhar pela retomada do desenvolvimento econômico e preservar o setor estadual da produção da uva e do vinho", disse Rossetto.
Busca de soluções
"Enquanto a Assembleia Legislativa gaúcha debate o assunto e se posiciona em busca de soluções, em Brasília, a Frente Parlamentar da Uva, Vinho, Espumantes, Sucos e Derivados, na Cadeia Produtiva da Uva já está atuando fortemente na busca de barrar o contrabando, que prejudica todos os setores", afirma o deputado federal gaúcho Afonso Hamm (PP), que vem fazendo reuniões contínuas com lideranças do setor no Rio Grande do Sul e nacionais.
Força-tarefa
Na próxima semana, o parlamentar, juntamente com lideranças do setor, estará levando a preocupação à Receita Federal, à Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal, propondo que seja formada uma força-tarefa para atuar conjuntamente no combate ao contrabando de vinho, principalmente, na fronteira com a Argentina.