Para barrar CPMI, Lula abre porteira

Por JC

Alberto Fraga
Depois do alerta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), de que o não atendimento aos aliados poderia levar a derrotas significativos no Congresso, Lula resolveu abrir a porteira de cargos, principalmente, ao União Brasil e ao MDB. Com isso, o presidente pretende ganhar aliados para as votações no Legislativo e barrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro.
Poderoso União Brasil
União Brasil será brindado com as diretorias dos Correios, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). O partido, que conseguiu manter o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, enrolado na utilização de jatinho da FAB para assuntos nem tão oficiais, ficará também com as presidências da Telebras e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Difícil barrar a CPMI
Na opinião do senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP), "nem mesmo com o sinal verde do presidente para os cargos do segundo escalão, o governo conseguirá evitar a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre os atos de 8 de janeiro". Segundo Heinze, "Lula sabe que, hoje, por exemplo, não consegue aprovar uma PEC no Senado. Ele não consegue fazer 49 votos".
Fatia do MDB
A partir desta semana, além do "pacote" para o União Brasil, o governo destravará os cargos prometidos para o MDB, que terá uma diretoria do Banco do Nordeste (BNB), uma vice-presidência da Caixa e quatro secretarias do Ministério das Cidades, que já é comandado pelo partido, que também controla Transportes e Planejamento.
Infiltrados da esquerda
O deputado Alberto Fraga (PL-DF, foto), disse, da tribuna, que "o governo Lula não quer a instalação da CPMI do dia 8 de janeiro porque teme a descoberta de pessoas infiltradas que promoveram a depredação do patrimônio público". Fraga espera que a comissão seja instalada o quanto antes, porque acredita que a partir do momento em que for revelado que havia infiltrados da esquerda, a missão da CPMI estará terminada.
CPI na Câmara
O deputado federal gaúcho Bibo Nunes (PL) também cobra a instalação de uma CPI sobre os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro na Câmara. Ele critica a tentativa de parlamentares governistas de instaurar a comissão no Senado. Para o congressista, "o objetivo é não avançar com as investigações".
Jornalistas mais suaves com Lula
A deputada Bia Kicis (PL-DF) critica a reação da mídia ao aumento recente no preço dos combustíveis. Ela lembra que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi duramente criticado quando os valores subiram no seu governo, mas, agora, as medidas adotadas pela equipe de Lula são suavizadas pelos jornalistas.