Continua o impasse criado pelos bolsonaristas acampados em frente a quartéis e guarnições militares, espalhados em dezenas de cidades brasileiras. Até o final de semana, os manifestantes continuavam resistindo próximo às unidades militares, nas chamadas áreas de segurança, e os ministérios da Justiça, Defesa e o Palácio do Planalto tentando buscar uma saída não traumática.
Discórdia no governo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem cobrado uma solução rápida, mas o tema ainda é motivo de discórdia dentro do governo, com uma queda de braço entre os ministros Flávio Dino (PSB), da Justiça, e José Múcio, da Defesa.
Pressão junto a Lula
As cúpulas do PT têm feito forte pressão junto a Lula para que esses militantes sejam retirados já. O ministro Flávio Dino entoa com força esse coro que se amplia a cada momento. Já o ministro José Múcio tem tentado convencer o presidente de que esse grupo dia a dia diminui e, por consequência, esse movimento acabará logo.
O momento é outro
O deputado federal gaúcho Bohn Gass (PT, foto) disse que o governo tem que buscar uma solução imediata para o problema dos bolsonaristas acampados em frente aos quartéis. O parlamentar argumenta que "o momento é outro, a democracia tem que reinar, o pessoal tem que respeitar o resultado eleitoral. Isso faz parte da democracia, mas não algo que seja o descumprimento da lei. A manifestação democrática, que não prejudica a vida das pessoas e a Constituição Federal, é legítima". Para o parlamentar, isso passou totalmente dos limites, porque está afrontando o resultado eleitoral, é uma agressão às instituições do Brasil. Portanto, isso é antidemocrático e não pode acontecer.
Desafio do governo
Questionado pelo Repórter Brasília sobre uma solução para o problema, Bohn Gass afirmou que o governo tem que continuar debatendo isso, pois até agora não teve ainda uma conclusão do problema. "É um desafio do governo trabalhar isso com as Forças Armadas. Não é razoável que as próprias instituições fechem o olho e permitam que dentro desses espaços se organizarem ações antidemocráticas e violentas de criminosos, como foi a situação da bomba que era para estourar em Brasília e que foi estruturada dentro desses acampamentos."
Laboratório de ações violentas
Na avaliação do congressista, "além de antidemocrático, esses atos nos acampamentos transformam o local em um laboratório de outras ações violentas, criando um clima de instabilidade. Temos de unir o País, o País não pode ficar dividido, isso tem que ser superado".
Ano dos feriadões
Neste primeiro ano do governo Lula, o calendário nacional de feriados transforma 2023 no ano dos feriadões. São nove feriados nacionais. Destes, quatro serão prolongados, isto é, caem em segundas ou sextas-feiras e, portanto, emendam com o final de semana. Além disso, tem os pontos facultativos nacionais previstos para 2023 que são: 20 de fevereiro (segunda-feira): Carnaval; 21 de fevereiro (terça-feira): Carnaval; 22 de fevereiro (quarta-feira de cinzas): Carnaval; 8 de junho (quinta): Corpus Christi, e 28 de outubro (sábado): Dia do Servidor Público.