A estrutura do Aeromóvel que fica próxima da orla do Guaíba e a praça conhecida pelo mesmo nome estão na lista das áreas que a prefeitura irá conceder para investimento da iniciativa privada. À frente do estudo que vai embasar o edital de concessão está a empresa Aerom Sistemas de Transporte, que detém a tecnologia do aeromóvel. Também integra a área estudada o trilho sobre o canteiro da Avenida Loureiro da Silva. Entre esse trecho e a praça está o terreno a ser permutado com a Ceee, para onde está prevista parte do
Corredor Parque Gasômetro.
O estudo atual não inclui o terreno intermediário e a ideia é fazer um PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) separado para a concessão do parque que será instalado ali, informa a secretária de Parcerias, Ana Pellini. No entanto, em se tratando de áreas contínuas, fará mais sentido que o uso seja integrado – essa é uma avaliação a ser feita pela prefeitura.
“A ideia é juntar e transformar tudo em área pública. Por enquanto não dá para integrar na PMI (em andamento), pois não estava no edital. Mas nada impede que nos proponham a ampliação”, comenta a secretária. Ela comemora a possibilidade de consolidar o projeto do parque num lugar que, conforme avalia, destoa do conjunto - trata-se de um espaço apartado por um muro cercado por áreas revitalizadas, como a orla e da Praça Júlio Mesquita.
Para a área em estudo no momento, a proposta é permitir operações comerciais que combinem com a lógica da praça, como um ambiente gastronômico aberto, e expandir o aeromóvel nas duas extremidades. Ao norte, a proposta é transpor a avenida João Goulart e alcançar o Cais Mauá onde hoje está instalado o Embarcadero. Na outra ponta, a ideia é seguir em direção à Rótula das Cuias, criando uma estação vizinha ao Parque Harmonia.
Caso a ampliação dos trilhos seja implementada, a sugestão da empresa é utilizar uma estrutura de aço, o que não demanda canteiro de obras e retoma a origem do aeromóvel. “As duas extensões agregam funcionalidade de transporte ao sistema, dentro da lógica da orla”, avalia Marcus Coester, CEO e presidente da Aerom.
Também integra o estudo uma reformulação da área para as crianças, criando uma espécie de pracinha tecnológica - brinquedos com mecanismos mais elaborados, que despertem a curiosidade científica de quem for lá brincar. Para isso, Marcus buscou inspiração no pai, Oskar Coester, criador da tecnologia do aeromóvel.
Pelo trabalho, a empresa Aerom e as demais envolvidas no estudo serão ressarcidas por quem vencer a futura concorrência - à qual poderão inclusive se candidatar, já que não há impeditivo no modelo de PMI. “Queremos apresentar uma proposta realista, já com parceiros identificados. Que não seja somente um plano teórico”, aponta Coester.
E enquanto o estudo se desenvolve - são seis meses pela frente -, fica a expectativa de resolução sobre o terreno que será permutado com a Ceee. Para a nova área, o empresário já arrisca um palpite do tipo de operação que pode receber: “Tem que trazer atividade produtiva para o Centro, empresas que gerem emprego. O segredo das cidades modernas é como integram transporte, residência, economia produtiva e economia de uso, como restaurantes e comércio. Quanto mais integrada for, melhor”. E já se apresenta: “Somos candidatos a usar a área”.