Os 30 municípios gaúchos com maior déficit de saneamento serão os primeiros atendidos pelo projeto Nenhuma Casa sem Banheiro por meio de parceria firmada entre o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) e a Secretaria de Obras e Habitação (SOP) do governo estadual.
A partir da assinatura do termo de cooperação, que aconteceu na segunda-feira, dia 19, será possível o atendimento inicial de 300 famílias com a adaptação ou a construção de unidade sanitária completa em casas que não tenham essa estrutura.
Os municípios, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foram selecionados conforme dados do Departamento de Economia e Estatística (DEE) do governo do Estado, que segue critérios do Cadastro Único do governo federal, o CadÚnico. As prefeituras devem manifestar interesse em aderir ao convênio - confira abaixo a lista das cidades e informações para cadastro.
Nesta etapa, o Conselho investirá R$ 480 mil, que financiará os projetos a serem desenvolvidos e executados por profissionais de Arquitetura e Urbanismo. O governo estadual fará um aporte de R$ 1,7 milhão do Fundo de Recursos Hídricos, destinado à compra de materiais e repasse aos municípios. As prefeituras serão responsáveis pela mão de obra.
Déficit sanitário
Levantamento realizado em 2020 pelo Comitê de Dados ligado à secretaria de Planejamento, Governança e Gestão aponta que 26.839 famílias moram em domicílios sem banheiro no Rio Grande do Sul. O dado é mais que o dobro das
11 mil famílias sem uma unidade sanitária completa identificadas pelo Censo de 2010 do IBGE.
“É um dado impensável, ainda mais num período em que cuidados especiais com a higiene são fundamentais para o combate à Covid-19”, lembra o titular da Secretaria de Obras, José Stédile, destacando a importância social do projeto. Stédile aponta que “este projeto é estratégico não só para o governo, mas será muito importante para toda a população”.
Para o presidente do CAU/RS, Tiago Holzmann da Silva, o convênio “permitirá o início da execução dos trabalhos com a seleção de arquitetos e urbanistas, elaboração de projetos e parcerias com os municípios para a construção dos banheiros para as famílias beneficiárias” e comemora esse como “um grande primeiro passo para a implantação, em escala estadual, de um sistema de atendimento permanente para as famílias beneficiadas pela Lei da Athis”.
Cadastro
Os municípios interessados em aderir ao convênio devem contatar o departamento Administrativo da Secretaria de Obras e Habitação pelos contatos:
[email protected]; (51) 3288-5611; Whats App:
https://bit.ly/2QA1p4k.
Critérios
a) Famílias de baixa renda, residentes em área urbana, com ausência de banheiro ou com módulos sanitários incompletos ou em construção;
b) Domicílios consolidados ou consolidáveis;
c) Famílias cadastradas no CadÚnico
Municípios pré-selecionados na 1ª etapa
Porto Alegre; Viamão; Gravataí; Canoas; Alvorada; São Leopoldo; São Jerônimo; Novo Hamburgo; Eldorado do Sul; Charqueadas; Guaíba; Montenegro; Santo Antônio da Patrulha; Triunfo; Cachoeirinha; Arroio dos Ratos; Esteio; Sapucaia do Sul; Taquara; Parobé; Portão; Nova Santa Rita; Estância Velha; Campo Bom; Rolante; São Sebastião do Caí; Igrejinha; Glorinha; Dois Irmãos; Nova Hartz.
Saiba mais
Apoiado na Lei de
Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (Athis - Lei nº 11.888/2008), o projeto especial Nenhuma Casa sem Banheiro faz parte de um conjunto de iniciativas de combate à COVID-19 lançadas pelo CAU/RS em 2020. O objetivo é viabilizar a promoção de melhorias sanitárias domiciliares a famílias de baixa renda; a expectativa é beneficiar cerca de 11 mil famílias gaúchas.
O projeto conta com a participação do Governo do Estado, por meio das secretarias de Obras e Habitação, de Planejamento e Gestão, e de Apoio aos Municípios; e da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS). Tem apoio institucional do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat); além de outras instituições, como o Ministério Público Estadual e Federal, a Defensoria Pública e o Ministério Público de Contas, para citar algumas. Em Lajeado, onde o projeto começou de forma emergencial, algumas famílias já receberam os projetos elaborados por profissionais de Arquitetura e Urbanismo.