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Bruna Suptitz

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Publicada em 17 de Julho de 2024 às 01:25

Jornalismo local como resposta às demandas da comunidade

Categoria se mobilizou para reivindicar apoio do poder público

Categoria se mobilizou para reivindicar apoio do poder público

Alnilam Orga/Frente Parlamentar das Catadoras e Catadores/Divulgação JC
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Por meio da internet, notícias do mundo todo estão ao alcance de quem tenha acesso à rede. Isso já tem um bom tempo. Com os smartphones e a rede de internet móvel, mais recentes, a notícia está “na palma da mão”. A disseminação de informações consideradas de relevância global é praticamente instantânea – o atentado contra o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, é o exemplo mais atual disso.
Por meio da internet, notícias do mundo todo estão ao alcance de quem tenha acesso à rede. Isso já tem um bom tempo. Com os smartphones e a rede de internet móvel, mais recentes, a notícia está “na palma da mão”. A disseminação de informações consideradas de relevância global é praticamente instantânea – o atentado contra o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, é o exemplo mais atual disso.
Sabemos em detalhes e a qualquer momento sobre um fato relevante que está acontecendo na grande potência mundial ou num país remoto do outro lado do mundo. Mas, sabemos o que acontece ao nosso lado? Na rua por onde passamos todos os dias, no nosso bairro, na nossa cidade?
A demanda por informação que tenha como base o território onde vivemos encontra resposta no jornalismo local. Este modo de produzir conteúdo, voltado para o público que está próximo, é também entendido como jornalismo cidadão, pois responde às necessidades da comunidade em que está inserido.
A proximidade entre quem produz o conteúdo e o público que o consome é capaz de estabelecer uma relação de confiança que é base para sustentar a confiança na imprensa.
O tema foi abordado por vários painelistas que participaram do 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e realizado entre quinta-feira e domingo em São Paulo.
Daniel Weterman, repórter do Estadão que apresentou seu trabalho aos colegas no primeiro dia do evento, sustenta que “a solução para a crise do jornalismo está no próprio jornalismo”, especialmente aquele desenvolvido localmente.
Responsável por uma série de reportagens em que aponta gastos públicos indevidos em municípios de todo o Brasil, dos grandes aos muito pequenos, ele mostra que veículos reconhecidos e consolidados no mercado de mídia podem também dialogar com a pauta local de maneira aprofundada e responsável.
Participei do congresso, como ouvinte em diversas palestras e como painelista em duas mesas: uma sobre a cobertura pela mídia local da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul em maio, a outra sobre a cobertura de conselhos municipais, apresentando o case de cobertura do Conselho do Plano Diretor.
O impacto de conteúdos em que o jornalismo dialoga com o seu entorno pode até ser restrito ao lugar onde se passa, mas tem importância para aquela comunidade. O critério para medir o seu alcance não é somente a quantidade de cliques ou o número de exemplares vendidos, mas também o impacto que provoca.
Quando a comunidade confia no canal que veicula a notícia, passa a sustentá-lo. É o que perseguimos diariamente, com o esforço de aliar apuração e estabelecer contatos, verificar dados e contar histórias, pensar a cidade com quem nos lê.

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