Catadores de materiais recicláveis de Porto Alegre terão acesso ao recurso que resta no Fundo Municipal de Incentivo à Reciclagem para recuperar a estrutura dos galpões atingidos pela enchente de maio. A definição se deu na terceira reunião entre a categoria e a prefeitura, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4). O encontro aconteceu na quinta-feira passada, dia 11, e as informações são da ata da mediação e do setor de comunicação do Tribunal.
O foco do encontro foi na adoção de medidas emergenciais em resposta aos prejuízos enfrentados pelos catadores devido às chuvas e à enchente. Foi informado que há R$ 800 mil no fundo, valor que, embora aceito pela categoria, face a necessidade imediata, é considerado insuficiente para o atendimento das demandas. Ao menos 10 galpões em Porto Alegre, sendo 7 com contrato com a prefeitura, foram alagados e tiveram perdas materiais e danos estruturais, fora o período sem trabalho, do qual depende a renda dos trabalhadores.
Um dia antes da reunião, na quarta-feira passada, catadores e apoiados da categoria realizaram um protesto em frente ao centro administrativo municipal, no Centro Histórico. Uma das reivindicações da categoria - manter o auxílio emergencial de R$ 670,00 pago a trabalhadores cadastrados em cooperativas - foi alcançada, com o anúncio da prorrogação do pagamento até dezembro feito na mesma tarde. Aprovado pela Câmara Municipal no fim de 2023 a partir de proposta do Executivo, a iniciativa já previa o repasse por seis meses com possível prorrogação pelo mesmo período, mas dependia de confirmação do governo.
Outra demanda, da revisão contratual com a qual o prefeito Sebastião Melo (MDB) se comprometeu ainda no ano passado, será tratada somente após a eleição. Também ficará para depois de outubro o andamento do edital para a parceria público-privada da gestão integral dos resíduos na Capital.