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Bruna Suptitz

Bruna Suptitz

Publicada em 21 de Maio de 2024 às 21:05

Plano de Ação Climática aponta riscos e orienta para adaptação a eventos extremos em Porto Alegre

Sarandi, Humaitá e Ilhas são os bairros mais atingidos em Porto Alegre

Sarandi, Humaitá e Ilhas são os bairros mais atingidos em Porto Alegre

Giulian Serafim/PMPA/Divulgação JC
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A proximidade de Porto Alegre com uma região costeira "torna a cidade ainda mais vulnerável aos eventos extremos, por receber grande influência das variáveis climatológicas". Esses eventos, ou ameaças, podem ser chuvas torrenciais que provoquem inundações, deslizamentos e erosões, ondas de calor, secas ou arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos como o aedes aegypti). Assim, "a análise de riscos e vulnerabilidades para Porto Alegre torna-se uma ferramenta totalmente estratégica tanto para a percepção em relação aos efeitos das ameaças climáticas no município, quanto para orientar a gestão municipal em relação aos riscos e oportunidades".
A proximidade de Porto Alegre com uma região costeira "torna a cidade ainda mais vulnerável aos eventos extremos, por receber grande influência das variáveis climatológicas". Esses eventos, ou ameaças, podem ser chuvas torrenciais que provoquem inundações, deslizamentos e erosões, ondas de calor, secas ou arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos como o aedes aegypti). Assim, "a análise de riscos e vulnerabilidades para Porto Alegre torna-se uma ferramenta totalmente estratégica tanto para a percepção em relação aos efeitos das ameaças climáticas no município, quanto para orientar a gestão municipal em relação aos riscos e oportunidades".
As afirmações integram o capítulo de conclusões e recomendações do documento "Análise de riscos e vulnerabilidades climáticas", uma das partes do projeto do Plano de Ação Climática da Capital, que está em elaboração e deve ser concluído no segundo semestre deste ano. O documento foi obtido e divulgado pelo Matinal Jornalismo. No momento o projeto está em fase de pesquisa de opinião, que seria encerrada hoje e apresentada no próximo dia 28. Mas o calendário será alterado e as novas datas ainda não foram divulgadas.
A classificação dos riscos climáticos aos quais Porto Alegre está exposta, de acordo com o documento, projetavam cenários futuros, pensando nos anos de 2030 e 2050. No entanto, alguns dos fenômenos se anteciparam, e já em 2023 e 2024 expõem as fragilidades da cidade e a necessidade de adaptação a eventos extremos. É o caso da chuva que atinge o Rio Grande do Sul desde o fim de abril, cujas consequências seguirão por muito tempo presentes no cotidiano das pessoas atingidas.
Como recomendação, o Plano de Ação Climática aponta como "extremamente importante" o acompanhamento das ocorrências por ameaças climáticas "para entender o impacto desses eventos na cidade, e as estratégias que podem ser incorporadas para minimizar os seus efeitos". Algumas dessas medidas são a avaliação contínua do sistema de drenagem, a limpeza dos canais fluviais e a elaboração de políticas que incentivem o descarte correto dos resíduos.
LEIA TAMBÉM: Crises climáticas têm de entrar na agenda política, afirma pesquisador do Centro Polar e Climático da Ufrgs
O documento destaca ainda a "inter-relação entre o risco climático e a presença de comunidades vulneráveis socialmente no território", já que "os resultados (dos estudos) mostram que o agravamento dos riscos climáticos se apresenta em áreas habitadas pela população mais vulnerável". Isso corrobora o entendimento de que uma tragédia que tenha como origem uma ação na natureza é agravada pelo fator social, dado o número de pessoas atingidas e a capacidade que elas terão de recompor suas vidas.
A demanda por tratar a questão climática como uma política que perpassa as diversas áreas de uma gestão está contemplada nos estudos de base para o novo Plano Diretor da Capital. No documento "Conceitos e diagnósticos", disponibilizado à prefeitura pela consultoria Ernst & Young, é apontado como "primordial considerar", na revisão da lei, "o risco climático de forma transversal, incorporando diretrizes, ações e estratégias que visem tanto à mitigação da mudança climática quanto à adaptação urbana".
O Plano de Ação Climática de Porto Alegre está sendo elaborado pela empresa de consultoria WayCarbon, em consórcio com o ICLEI América do Sul, Ludovino Lopes Advogados e Ecofinance Negócios, com recurso do Banco Mundial.

Impactos das mudanças climáticas em Porto Alegre estão previstos no novo Plano Diretor

A revisão do Plano Diretor já prevê a questão climática. A pauta compõe um dos cinco objetivos definidos pela administração municipal como caminhos para "tornar Porto Alegre uma cidade atrativa, competitiva, participativa e sustentável, impulsionando a diversidade, a qualidade de vida e a prosperidade com foco nas pessoas, especialmente a comunidades carentes e vulneráveis".
Diretora de Planejamento Urbano da prefeitura, Patrícia Tschoepke aponta que "o 'Objetivo 4: adaptar a cidade para os efeitos das mudanças climáticas e zerar as emissões de gases do efeito estufa' já contempla uma camada teórica em relação aos eventos extremos, como o visto no começo de maio". E explica que "a reação da cidade às inundações será observada e vai gerar acréscimos no decorrer da atual etapa" da revisão.

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