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Como foi a maior votação da história do Conselho do Plano Diretor de Porto Alegre
Escolha de conselheiro para Região 1 atraiu mais de 1,5 mil pessoas
A escolha dos representantes comunitários para o Conselho do Plano Diretor de Porto Alegre recém começou, mas já é possível afirmar que a eleição de 2024 é a maior da história. Pelo colegiado, formado por 27 integrantes mais o presidente, passam os principais projetos urbanísticos da cidade.
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Onde é a Região de Planejamento 1 - Centro
A Região de Planejamento 1 de Porto Alegre, na divisão feita pelo Plano Diretor, abrange os seguintes bairros: Azenha, Auxiliadora, Bela Vista, Bom Fim, Centro Histórico, Cidade Baixa, Farroupilha, Floresta, Independência, Jardim Botânico, Menino Deus, Moinhos de Vento, Mont Serrat, Petrópolis, Praia de Belas, Rio Branco, Santana e Santa Cecília.
Duas chapas disputaram a vaga ao Conselho nesta região: a chapa 1, de Felisberto Seabra Luisi, que recebeu 941 votos, e a chapa 2, de Kleber Sobrinho, com 636 votos. Também foram eleitos 84 delegados para compor o fórum regional de planejamento da região.
Participação recorde
A votação deste início de 2024 para a Região de Gestão do Planejamento 1 do Plano Diretor de Porto Alegre bateu todos os recordes das eleições das últimas duas décadas, recorte de tempo que considera a vigência da atual lei, que é de 1999. Os 1.577 votantes superaram em cinco vezes o número de participantes do pleito anterior para a mesma região, em 2018, quando 316 pessoas participaram da escolha dentre as três chapas na disputa. Em 2016 foram 105 votos, com uma única chapa concorrendo.
Nunca antes, nas sete eleições anteriores, uma região havia atingido mais de mil votos. O maior registro anterior é de 2016, quando 956 votantes compareceram ao pleito da Região 8 - Restinga. No somatório das oito regiões, apenas em duas eleições a participação total superou o que agora se viu em uma única localidade: para o biênio 2016-2017 foram 3.168 eleitores e no seguinte, 2018-2020, foram 2.593.
Chapa 1: 'O descaso com a cidade é o descaso desta eleição'
"A motivação é votar em pessoas que vão pensar na cidade para um todo, principalmente sobre remoções", declarou Maria Lucia Sant'Anna, última da fila, que votou quase 1 hora da madrugada.
O advogado Roberto Rebes Abreu declara que a motivação para ir votar na chapa 1 é "porque o que está em disputa é a própria cidade". Ele criticou a falta de estrutura e de informações. "O descaso com a cidade é o descaso desta eleição", reclama.
O ex-prefeito Raul Pont (PT, 1997-2000), que sancionou a lei vigente do Plano Diretor de Porto Alegre, deu seu votos para a chapa vencedora. Na avaliação dele, "a briga desta região é por ser onde está tendo o maior número de projetos (imobiliários) contestados".
Chapa 2: 'Não é à toa que o número de moradores diminuiu'
Eleitores identificados com a chapa 2, vinculada ao setor imobiliário e da construção civil, defendiam a mudança de representação no Conselho - o candidato eleito integra o mandato vigente do colegiado.
"A representação que eles têm hoje puxa Porto Alegre para trás. Não é à toa que o número de moradores diminuiu nos últimos 10 anos que está impraticável", sustenta o engenheiro civil Hilton Reimann.
Joel Vicente avalia que "independentemente se o (prefeito Sebastião) Melo (MDB) ganhar ou não (a eleição em outubro), buscamos que Porto Alegre fique sempre em boas mãos. Melo tem grandes ideias para Porto Alegre e vemos que pessoal da esquerda vota contra, mesmo sabendo que o negócio é bom".
'Quer comprar um balãozinho?'
O carioca Luiz Claudio Souza saiu da orla do Guaíba, onde vende balões, direto para a Câmara Municipal no fim da tarde de terça-feira. Primeira vez participando do processo eleitoral do Conselho do Plano Diretor, afirma que decidiu votar, pois considera que “o Plano Piloto é o mais importante de uma cidade”. Bem humorado, oferecia sorrisos e o seu produto na fila: “quer comprar um balãozinho?”.