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Plano Diretor de Porto Alegre

- Publicada em 14 de Novembro de 2023 às 12:43

Debate sobre adensamento de Porto Alegre pautou Conferência do Plano Diretor

Público presente na abertura da Conferência de Revisão do Plano Diretor de Porto Alegre, na Pucrs

Público presente na abertura da Conferência de Revisão do Plano Diretor de Porto Alegre, na Pucrs


FERNANDA FELTES/JC
Adensamento construtivo e populacional, com o aproveitamento de áreas da cidade já abastecidas por infraestrutura básica, foi o assunto que prevaleceu no terceiro dia da Conferência de Revisão do Plano Diretor de Porto Alegre, na noite de quinta-feira. Trata-se de estímulos à construção para concentrar novos edifícios e, por consequência, população em regiões já consolidadas da cidade e com boa oferta de serviços e redes de água, esgoto e energia elétrica.
Adensamento construtivo e populacional, com o aproveitamento de áreas da cidade já abastecidas por infraestrutura básica, foi o assunto que prevaleceu no terceiro dia da Conferência de Revisão do Plano Diretor de Porto Alegre, na noite de quinta-feira. Trata-se de estímulos à construção para concentrar novos edifícios e, por consequência, população em regiões já consolidadas da cidade e com boa oferta de serviços e redes de água, esgoto e energia elétrica.
A medida, por sinal, já foi implementada no Centro Histórico e no 4º Distrito, que tiveram projetos específicos do Plano Diretor, enviados pela prefeitura e aprovados pela Câmara Municipal.
Agora, o tema voltou na Conferência do Plano Diretor, abordando uma região maior da cidade. O exemplo apresentado foi replicar os modelos existentes no Bom Fim e na Cidade Baixa em outros bairros da Capital.
Foram três dias de atividades, em que também se debateu estratégias consideradas prioritárias para se alcançar a cidade esperada a partir da revisão da lei.
Presente na fala de representantes do setor da construção civil, o adensamento foi defendido como um modo de racionalizar os recursos públicos. Permitir que as construções sejam mais altas, de maior porte e com recuos menores, é apontado como uma forma de melhor aproveitar os terrenos. Por parte do poder público, a tese é que o adensamento permitiria aproveitar a infraestrutura e concentrar investimentos em serviços – o gasto para atender a população seria maior se a cidade ficasse menos concentrada e mais "espalhada".
O debate seguiu, de uma maneira geral, os objetivos de cidade propostos pela prefeitura, como a redução do tempo de deslocamento diário, um dos principais argumentos de defesa do adensamento.
Mas o tema também foi abordado com um viés crítico por quem aponta que o incremento construtivo em áreas já estruturadas da cidade não atende a população de baixa renda, pois esses estímulos – na maior parte dos casos – seriam para novos edifícios em regiões centrais ou consideradas nobres.
Apesar de reunir visões contrárias, a noite foi marcada pelo clima cordial. Até mesmo um protesto, realizado logo no início da atividade por ambientalistas, foi autorizado pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, a usar o palco para que o ato pudesse ser registrado.
Toda a fase de argumentação aconteceu de maneira organizada, com 3 minutos de fala para cada pessoa interessada em se manifestar sobre os objetivos para a cidade e as estratégias relacionadas a cada um deles. Em quase quatro horas de atividade, também se falou sobre espaços públicos, mobilidade, habitação social e meio ambiente. Ao final, foi anunciada a abertura do processo eleitoral para o Conselho do Plano Diretor, com início das inscrições nesta segunda-feira, 13 de novembro.
No entanto, como a prefeitura não estava autorizada a realizar a votação devido à determinação judicial que saiu na terça-feira (dia de abertura da conferência) “vedando a prática de atos de conteúdo decisório”, a solução encontrada foi a de não colocar nada em votação, realizando apenas a apresentação dos temas e o debate entre os participantes.
Mas isso não deve interferir no andamento da revisão – a próxima etapa é a estruturação da minuta do projeto de lei da revisão, ou seja, a redação do texto do novo Plano Diretor de Porto Alegre. Conforme o governo municipal, este trabalho está sendo desenvolvido desde o início do processo de revisão. A expectativa segue sendo apresentar a minuta em dezembro, mas a apreciação em audiência pública deve ficar para 2024, antes do envio para a Câmara Municipal.