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Mudanças Climáticas

- Publicada em 21 de Setembro de 2023 às 21:58

Emergência climática está na pauta do Parlamento

Audiência na Assembleia Legislativa teve grande presença de jovens

Audiência na Assembleia Legislativa teve grande presença de jovens


/Carlos Macedo/350.ORG/Divulgação JC
Chuvas em quantidade nunca antes registrada, ventos intensos e secas cada vez mais severas e prolongadas são exemplos de condições extremas do clima que já atingem o planeta. Consequência do aquecimento global, as mudanças climáticas ditam o cenário caracterizado por fenômenos naturais que fogem ao padrão até então conhecido.
Chuvas em quantidade nunca antes registrada, ventos intensos e secas cada vez mais severas e prolongadas são exemplos de condições extremas do clima que já atingem o planeta. Consequência do aquecimento global, as mudanças climáticas ditam o cenário caracterizado por fenômenos naturais que fogem ao padrão até então conhecido.
E os efeitos não são mais uma projeção do que virá no futuro - muito do que já está acontecendo, a exemplo das inundações que devastaram cidades no Vale do Taquari, interior do Estado, pode ter sua causa atrelada às mudanças na condição global do clima.
Casos como o do início do mês, que pegou muita gente de surpresa, "nós já vivemos há anos", conta Eduardo Fortes Santos, presidente do projeto socioambiental Umbuntu, de Alvorada. Na segunda-feira, dia 18, um grupo de jovens atendidos pelo projeto, acompanhados de educadores, teve que passar por ruas alagadas da sua cidade para chegar até o Centro de Porto Alegre. Eles marcaram presença na audiência pública sobre Emergência Climática no Rio Grande do Sul, que lotou o Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa e foi acompanhada principalmente por estudantes.
Tema central do debate, emergência climática é um conceito que pode ser explicado como o contexto que exige uma ação urgente para reduzir ou cessar os impactos da mudança do clima e prevenir os danos que decorrem dessa condição. A definição consta no projeto de lei nº 23 /2023 que tramita no Parlamento gaúcho, de autoria dos deputados do PSOL Matheus Gomes e Luciana Genro. Os deputados solicitam, por parte do governo, o reconhecimento da condição de emergência no Estado. A proposta também estabelece a meta de neutralização das emissões de gases de efeito estufa no Rio Grande do Sul até 2050.
Gomes foi o proponente da audiência pública de segunda, a partir de pedido do coletivo Eco Pelo Clima. Entidades ambientalistas gaúchas e grupos que são o braço local de movimentos globais marcaram preseça. Convidado a participar, o governo não enviou representante. A Defesa Civil do Estado justificou a ausência pelo envolvimento com os trabalhos decorrentes do ciclone do início do mês e das chuvas que persistiram na primeira quinzena de setembro.
No encerramento da atividade foi definido, entre outros encaminhamentos, que será apresentado ao governador Eduardo Leite (PSDB) o pedido para que declare a situação de emergência climática no Rio Grande do Sul.
 

Tema de debate em aula, consequências da crise do clima são reconhecidas por jovens

Os alunos das três turmas do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Técnica Estadual Parobé caminharam os cerca de 800 metros entre o colégio e a Assembleia Legislativa, acompanhados por professores. "Como cidadãos que devem votar e tomar decisões, os jovens precisam estar por dentro dos debates. Não adianta só falar em sala de aula, é importante que entendam o processo político", sustenta Carlos Alberto Reginato Junior, o professor de redação.
Debater o assunto é necessário, avalia Gabriel Victório Cavalheiro Marros, aluno no Parobé. Ele conta que já tinha conhecimento do termo emergência climática, tema da audiência pública - além de ter acesso ao conteúdo nas redes sociais, o assunto surgiu em uma aula sobre economia. Mais que o conhecimento científico, o estudante identifica "o que a gente vive no dia a dia, como os ciclones e o calor intenso".
Juliana Naysinger, que integra o grupo Umbuntu, conhece a teoria e sofre com as consequências da crise do clima. A jovem de 15 anos precisou agir quando a chuva chegou em Alvorada na semana passada. Numa medida de urgência, ela e a tia entraram em um valão para retirar galhos de árvores e sacos de lixo que estavam impedindo o escoamento da água. O medo era que a água chegasse até a casa do avô. A jovem, que já pesquisou sobre mudanças climáticas na internet, vê a intensidade da crise chegar à sua porta e colocar sua família em risco.
Quem convive com situações como a de Juliana sabe que atitudes precisam ser tomadas, mesmo as individuais. "Não pode jogar lixo no chão, nem colocar na água", diz Wellinton Eduardo, outro jovem do projeto Umbuntu. Também da turma, Adrian Cauã emenda que também "não pode queimar as árvores, é bom cuidar - a professora é quem disse".