Do que trata a polêmica envolvendo o Parque da Harmonia

Obras são criticadas pelo impacto ambiental; questionamento foi parar na Justiça

Por JC

Concessionária irá gerir a área por 35 anos; para isso, deverá realizar obras de infraestrutura no local
Bruna Suptitz e Isabelle Rieger
O Parque da Harmonia, em Porto Alegre, sempre é pauta nesta época do ano. Palco do Acampamento Farroupilha, é entre agosto e setembro que são montados os piquetes e o espaço fica aberto para visitação do público. Mas desta vez a atenção tem outro motivo: o impasse envolvendo a realização de obras, a derrubada de mais de cem árvores e a remoção da cobertura vegetal, que em parte do parque está sendo substituída por calçamento. O caso foi parar na Justiça e os desdobramentos seguem acontecendo.
Situado no Centro da Capital, na área de um dos aterros sofridos pelo Guaíba, o Parque da Harmonia é público e foi inaugurado oficialmente em 4 de setembro de 1982. Um ano antes disso, quando começou a se estruturar o parque, já recebeu o Acampamento Farroupilha. O tradicional evento ligado à cultura gaúcha é realizado anualmente.
Em 2020 a prefeitura decidiu conceder para a iniciativa privada a gestão do Parque da Harmonia em conjunto com o trecho 1 da Orla do Guaíba (entre a Usina do Gasômetro e a Rótulas das Cuias). Foram duas tentativas, a primeira sem interessados e a segunda vencida pelo consórcio GAM3 Parks, formado para a concorrência a partir das empresas Grupo Austral e a 3M Produções e Eventos.

Preocupação com o Acampamento

Anualmente os piquetes e toda a infraestrutura do Acampamento Farroupilha precisa ser montada algumas semanas antes do evento e desmontada após o dia 20 de setembro. Com a suspensão das obras no Parque da Harmonia, a preocupação da concessionária e de grupos tradicionalistas é em ter tempo hábil para a montagem a tempo da abertura do evento, em 1º de setembro. A realização do evento não está sendo contestada na Justiça.