Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Planejamento Urbano

- Publicada em 22 de Agosto de 2023 às 20:40

Plano Diretor deve focar no espaço público, aponta urbanista

Profissional entende que as cidades são dinâmicas e alerta que 'parâmetros mudam o tempo inteiro'

Profissional entende que as cidades são dinâmicas e alerta que 'parâmetros mudam o tempo inteiro'


Carol Negreiro/Sinduscon-RS/Divulgação JC
Lembrando que cada cidade tem independência para fazer o seu planejamento, o arquiteto e urbanista Anthony Ling provocou o público presente na reunião-almoço do Sinduscon-RS de segunda-feira a pensar como é feito, na prática, o planejamento das cidades. Este foi o tema da palestra do criador e editor do site Caos Planejado, portal que há nove anos trata de temas relacionados ao urbanismo. Ling apresentou a origem do planejamento urbano, sua evolução com o passar dos anos e fez paralelos com cidades brasileiras, em especial Porto Alegre.
Lembrando que cada cidade tem independência para fazer o seu planejamento, o arquiteto e urbanista Anthony Ling provocou o público presente na reunião-almoço do Sinduscon-RS de segunda-feira a pensar como é feito, na prática, o planejamento das cidades. Este foi o tema da palestra do criador e editor do site Caos Planejado, portal que há nove anos trata de temas relacionados ao urbanismo. Ling apresentou a origem do planejamento urbano, sua evolução com o passar dos anos e fez paralelos com cidades brasileiras, em especial Porto Alegre.
"Quando se discute, mesmo no Plano Diretor, como se quer que seja a cidade, se imagina algo visual, prédios desse tamanho e nesse lugar. Está se voltando ao modernismo do passado, mesmo que tenha outro formato e desenho", aponta. O urbanismo modernista tem como uma de suas principais características o zoneamento da cidade, ou seja, a divisão de atividades, diferente da miscigenação de usos defendida por outros movimentos do planejamento urbano.
Ling aponta que não é possível prever o interesse das pessoas, já que "os parâmetros mudam o tempo inteiro". Assim, cabe ao mercado dar conta de atender as demandas da construção e, ao poder público, o papel é de regular as áreas comuns da cidade. "Vejo algumas discussões em relação ao 4º Distrito, de qual a vocação da região e que uso se quer para os bairros. É uma discussão que nunca vai acabar, porque o uso de hoje é diferente do que será daqui a dez anos", aponta o urbanista.
Em casos assim, o melhor caminho é "deixar uma plataforma aberta, para que evolua ao longo do tempo", sustenta Ling. Ele emenda explicando que entende o "grid" - ruas e outras áreas públicas, como praças - como "permanente" na cidade e, portanto, que vale ser planejado. "Isso permite previsibilidade de quem investe ou constrói", completa.
Presidente do Sinduscon-RS e anfitrião do evento, Claudio Teitelbaum falou que debates como este fazem parte da proposta de um conjunto de entidades de segmentos ligados à construção, indústria, comércio, serviços e economia criativa, de "discutir o tema (da revisão do Plano Diretor) abertamente e com base em conhecimento e práticas que já deram certo". Também participou da reunião-almoço o secretário de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre, Germano Bremm.
 

Conferência de revisão será em novembro

A próxima grande etapa participativa do Plano Diretor de Porto Alegre será nos dias 6, 7 e 8 de novembro, quando acontece a conferência de revisão, informou na reunião do Sinduscon o secretário Germano Bremm.
A expectativa da prefeitura é, após a realização da audiência pública, em dezembro, enviar o projeto de lei para a Câmara "já com essa visão", fazendo referência aos apontamentos feitos durante a palestra, como o planejamento urbano ter como foco as áreas públicas.
O secretário aponta como "desafiador" mudar o modo de se fazer o planejamento urbano, que implica modificar leis e ter "menos legislação e regras pré-determinadas que todo mundo agora, os vereadores, os órgãos de classe, o jornalismo". Ele sustenta a aposta da prefeitura de "monitorar, acompanhar e eventualmente fazer as correções necessárias quando se identifique algum problema".