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Planejamento Urbano

- Publicada em 11 de Julho de 2023 às 19:40

Grupos voltam a reivindicar que obras no Parque da Harmonia sejam suspensas

Imagem aérea mostra área onde foram derrubadas as árvores

Imagem aérea mostra área onde foram derrubadas as árvores


/Gabriel Poester/Ser Ação/Divulgação JC
A derrubada de mais de uma centena de árvores no Parque da Harmonia, em Porto Alegre, mobilizou novamente a Câmara Municipal, ambientalistas e grupos contrários à forma como estão sendo executadas as obras no local pelo consórcio Gam3 Park. O apelo popular é pela suspensão das obras - é o que gritava a maior parte do público presente ontem na reunião extraordinária da Comissão de Saúde e Meio Ambiente do Legislativo.
A derrubada de mais de uma centena de árvores no Parque da Harmonia, em Porto Alegre, mobilizou novamente a Câmara Municipal, ambientalistas e grupos contrários à forma como estão sendo executadas as obras no local pelo consórcio Gam3 Park. O apelo popular é pela suspensão das obras - é o que gritava a maior parte do público presente ontem na reunião extraordinária da Comissão de Saúde e Meio Ambiente do Legislativo.
Após o primeiro questionamento sobre o desmatamento, na semana passada, não foram mais derrubadas mais árvores, afirma a prefeitura. Até o momento, ao menos 103 já foram removidas, de um total de 432 supressões autorizadas. O Ministério Público, provocado há uma semana sobre o caso, instaurou um inquérito civil e acompanha as manifestações.
Um dos nomes mais engajados no debate, o vereador Aldacir Oliboni (PT) articula a instauração de uma comissão externa da Câmara para acompanhar o caso. Até a sexta-feira desta semana, ele está incumbido de analisar a documentação apresentada pela prefeitura e pelo consórcio - a dúvida é se a licença concedida pelo município condiz com o projeto apresentado no ano passado.
Uma das denúncias que veio à público nos últimos dias é do arquiteto Alan Furlan, responsável pelo projeto que embasou a o estudo de viabilidade urbanística (EVU) apresentado ao Conselho do Plano Diretor. Furlan afirma que o trabalho em andamento não condiz com o que serviu de base para a aprovação.
Idealizada pelo governo de Nelson Marchezan Júnior (PSDB), a concessão do Parque da Harmonia foi assinada em março de 2021, na gestão de Sebastião Melo (MDB).
Todo o processo, desde o lançamento do edital (em julho 2020, relançado no mesmo ano) até a assinatura do contrato (em março de 2021, com início da concessão em ato simbólico em agosto do mesmo ano), foi realizado no período mais crítico da pandemia de Covid-19, o que pode justificar o desconhecimento de parte da população sobre as obras previstas e o objetivo pretendido com a concessão, que é a criação de um parque temático folclórico e a reforma da área para abrigar eventos (que já estão sendo realizados).
Por isso, Oliboni sustenta que é importante a realização de uma audiência pública que promova amplo debate sobre o tema, o que deve acontecer em agosto, na volta do recesso parlamentar.