Mobilizados pela manutenção do caráter público do Parque da Redenção, frequentadores, comerciantes e entidades reunidas no “Coletivo Preserva Redenção” realizaram neste domingo (20), mais um ato que rechaça a proposta da prefeitura de conceder a gestão do parque para a iniciativa privada por 30 anos.
O termômetro marcava 31º pouco antes das 14h, quando começou a se formar um abraço simbólico, que contornou o eixo central, indo do Monumento ao Expedicionário até o espelho d’água. Mas o calor não atrapalhou o evento, que reuniu centenas de ativistas. Diferentes gritos eram ecoados, em especial “não à concessão”.
A prefeitura de Porto Alegre apresentou no início de outubro a proposta de concessão para a iniciativa privada gerir áreas públicas em dois lotes: o primeiro une a Redenção e o calçadão na orla do bairro Lami; o segundo, o Parque Marinha do Brasil e o trecho 3 da orla do Guaíba.
“Desafio a prefeitura que venham aqui num domingo e perguntem se a população quer a privatização. Vão receber um rotundo não”, bradou no início da atividade Maximiliano José, que participou da organização.
O termo “privatização” é rechaçado pela administração municipal, que aponta a manutenção do caráter público das áreas, mesmo que sejam concedidas. Em suas manifestações, representantes do paço reiteram que a gestão dos parques voltará ao município ao fim dos 30 anos.
A preocupação principal dos frequentadores, no entanto, é sobre o período da concessão.
Representante do Centro no Conselho do Orçamento Participativo, Márcio Fumaco resumiu o teor de outras falas no ato deste domingo: “não vamos permitir que venha uma empresa dizer o que podemos ou não fazer no parque”.
Está aberta até o dia 24 deste mês uma consulta pública. Para avançar, os documentos gerados - minuta de edital, de contrato e de caderno de encargos - passam antes pela análise do Tribunal de Contas do Estado. A intenção é abrir a concorrência em 2023.