"Shopping só para compras é passado." A afirmação feita pelo gerente geral do Shopping Pelotas, Jeanderson Mendes, soa quase óbvia, em meio a testes pesados que a pandemia impôs aos empreendimentos, que fecharam por três a quatro meses no auge da crise sanitária.
Um dos alvos é oferecer lazer para as crianças e cada vez mais serviços, que gerem fluxo e resolvam a vida dos adultos. O outro é se ajustar à novidade: voos diretos entre a cidade e Guarulhos, no Aeroporto Simões Lopes Neto, agora concedido ao setor privado, que deve ampliar a circulação e diversificar o perfil de frequentadores, projeta Mendes.
Para dar conta do mercado e crescer, o shopping conta com a herança de 2021 - 12 novas operações e receita de vendas quase 40% acima de 2020 e 3% acima de 2019 -, e com a largada de 2022, que tem projeção de alta real de 5% no faturamento. Serão cinco novos ocupantes até junho, entre elas Camicado, do grupo Renner, Absoluta (marca local), que migrará do ponto de rua para o mall, e Spirito Santo, de moda masculina e com sede no Rio Grande do Sul.
A ocupação hoje é de 91%, somando 140 lojas satélites, nove âncoras, 41 quiosques e 16 operação na praça de alimentação. "Queremos chegar a 97% de ocupação até dezembro, o interesse por espaços está bem elevado", garante o gerente geral do shopping, com mais de 23,3 mil metros quadrados de área bruta locável, aberto em 2013 e que integra o grupo AD, que administra 40 empreendimentos no País e tem outro no Estado, em Passo Fundo.
Mendes diz que mais dois contratos estão em negociação e que um dos segmentos que espera atrair é de moda feminina. A quantidade de quiosques também chama a atenção não só na composição de Pelotas, mas em operações em Porto Alegre.
"As marcas adotam o modelo para experimentar, e o custo menor atrai investidores. Muitas migram para o ponto fixo depois", observa o gestor.
Sobre a nova fase do aeroporto, o gerente geral acredita que a melhora da logística vai possibilitar que mais marcas nacionais queiram entrar no empreendimento, que hoje já tem mais de 90% dos ocupantes com o DNA. "A condição anterior impedia o avanço de marcas nacionais por aqui."