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Minuto Varejo

- Publicada em 04 de Fevereiro de 2022 às 17:11

Tevah fecha loja aberta há 30 anos em shopping de Porto Alegre

Unidade fica em 130 metros quadrados em uma das esquinas com melhor visibilidade do shopping

Unidade fica em 130 metros quadrados em uma das esquinas com melhor visibilidade do shopping


PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
Atualizada às 18h24min de 04/02/2022 - Os cartazes com descontos de até 50% que decoram a vitrine não têm nada a ver com a campanha de liquidação de um dos shopping centers de Porto Alegre. O torra-torra é para reduzir estoques porque a loja do Tevah, bandeira mais tradicional de moda masculina entre os gaúchos, vai fechar em fevereiro no Praia de Belas.
Atualizada às 18h24min de 04/02/2022 - Os cartazes com descontos de até 50% que decoram a vitrine não têm nada a ver com a campanha de liquidação de um dos shopping centers de Porto Alegre. O torra-torra é para reduzir estoques porque a loja do Tevah, bandeira mais tradicional de moda masculina entre os gaúchos, vai fechar em fevereiro no Praia de Belas.
A marca vai encerrar uma história de 30 anos com o empreendimento. O Tevah se instalou no local na fundação do Praia de Belas, em outubro de 1991. A operação deve se manter aberta este mês, dependendo da disponibilidade de itens. Cliente que vai à loja é informado que a previsão é ficar aberta até o dia 10. O franqueado Lúcio Costa comenta que não descartado abrir mas alguns dias. 
O movimento de fechamento ocorre em outros shoppings, como no BarraShoppingSul, com a saída da Zara e Granado, e no Canoas Shopping, da Gang. Reportagem Especial do Jornal do Comércio listou 10 estabelecimentos que acabaram com ponto físicos.    
"Estamos frechando por causa dos custos e pela queda de clientes (desde o começo da pandemia)", justifica Costa, que assumiu o ponto há 15 anos, quando a marca virou franquia. Costa foi diretor comercial do Tevah por 17 anos e acompanhou a instalação no Praia. A transformação em franquia e venda pela família fundadora ocorreu em 2006.  
"Abrimos no segundo piso, em 1991, em uma loja menor e mais escondida. No começo dos anos 2000, descemos para o primeiro nível, em 130 metros quadrados de área de vendas", conta o franqueado. A loja fica em uma das esquinas com maior visibilidade do estabelecimento, ao lado da filial da Riachuelo. 
Procurada pela coluna, a administração do shopping informou que não tem conhecimento que a loja vai fechar.
Sobre o fim da relação que começou na estreia do shopping, Costa resume: "A gente fica triste, temos uma carteira muito grande de clientes". Logo depois, adianta outra novidade:
"O Tevah está fechando no Praia de Belas para abrir na rua."
O fraqueado garante que já acertou a migração para um espaço fora de shopping com o gestor da franquia. A intenção é abrir na Zona Sul da Capital, possivelmente em maio, para "aproveitar o inverno e o Dia dos Pais", diz Costa, que considera a região como a mais promissora para negócios.
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Marca ocupa área de 130 metros quadrados e está com desconto de até 50% em produtos. Fotos: Patrícia Comunello/JC
"Vamos ficar mais perto dos nossos clientes", aposta ele, citando que regiões mais ao Sul têm condomínios e muitas áreas novas para expansão, além de perfil de renda média e alta. 
A pandemia atingiu em cheio varejos como o do Tevah. O home-office, que só começou a ser reduzido em meados do ano passado mas ainda se mantém em nível elevado, esvaziou o fluxo normal do entorno do Praia formado por juízes, desembargadores, procuradores, servidores do Judiciário em geral, advogados e outros frequentadores dos tribunais estadual, federais e do Trabalho, procuradorias, Ministério Público e Fórum de Porto Alegre.
O aluguel atual de R$ 90 mil, após reajuste pelo IGP-M, índice oficial dos aluguéis, em 2021, pesou ainda mais na decisão da loja. Costa cita que pretendia ter fechado em 2020, logo após a eclosão da crise sanitária.
"Queria entregar chaves, mas o shopping não aceitou abonar a multa contratual", recorda ele, que critica o empreendimento, pertencente ao grupo Iguatemi, dono ainda do Shopping Iguatemi, na Capital. A multa seria de quase R$ 1 milhão, segundo ele.
Costa cita que o Praia deu abatimento de 50% na locação até novembro de 2020, ano que o comércio ficou sete meses fechado, a maior parte desse tempo, e com restrição de horários. A condição era para quem estava em dia com os pagamentos.
Só que a diferença para o valor integral foi parcelada em seis vezes para ser paga em 2021, informa o lojista.
"Imagina com a queda de clientes, tinha de pagar o boleto normal e mais os parcelamentos. Não querem negociar (gestão do shopping) e não ajudaram nada", lamenta o franqueado. "Se estava difícil no normal, imagina no novo normal." Mesmo em 2021, que teve menos interrupções, a loja registrou venda 60% menores.     
O fechamento este mês ocorre com o fim do contrato, diz Costa. Os seis funcionários que restaram dos 14 do período pré-pandemia foram demitidos e cumprem aviso prévio.
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Tapumes desocupados em espaços de diferentes tamanhos estão em muitos pontos dos três pisos do Praia de Belas 
Mesmo assim, há pendências que fizeram o empreendimento abrir processo na Justiça, acrescenta o varejista.
A coluna apurou que mais lojistas estariam analisando encerrar as atividades no empreendimento, pressionados pelos custos que subiram e as vendas abaixo de 2019, ano que é usado como base mais real de comparação, mas devem aguardar o fim dos contratos devido a multas e outros encargos.  
A saída da grife de moda masculina reduz mais as opções neste segmento. Outras operações focadas em trajes, acessórios e outros itens para homens fecharam no Praia de Belas na pandemia, como a Aduana, de Porto Alegre. Também as lojas Via Veneto e Brooksfield, do mesmo grupo, viraram uma só.
Além da moda masculina, outros varejos fecharam nos últimos meses, tanto de redes nacionais, como a Polishop e Oi. Pelos corredores dos três níveis do shopping, são visíveis tapumes em pontos de diversos tamanhos que tinham operações. A coluna contou mais de 10 locais. Também há estreantes, tanto em varejos como em alimentação.
A franquia do Tevah tem hoje 23 lojas, 21 no Estado, sendo três na Capital, incluindo a do Praia de Belas. As outras duas estão no Centro e no Iguatemi. 
Por nota, a gestora da marca, a Top Marcas & Franquias, disse que não falaria sobre as operações e o fechamento no Praia. Porta-voz da Top Marcas & Franquias, Valdimir Portz Machado informou que "a empresa encontra-se com dificuldades financeiras, passando por uma reestruturação geral importante". Portz observa que, após a conclusão da reestruturação, poderá se manifestar. 
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