Alguém se lembra de como era o DC Shopping no começo dos anos de 1990, quando abriu, mas exatamente em outubro de 1994? O empreendimento, do grupo AJ Renner, que surgiu no antigo berço do complexo têxtil, era um outlet, modelo importado do varejo norte-americano com forte em descontos e com atrativos de marcas conhecidas e desejadas.
E o nome DC? Vem de Distrito Comercial. Mudanças mais recentes envolvem a instalação de um
complexo de lazer e gastronomia, o futuro Mercado Paralelo, que deve estrear em dezembro.
Mas aquele modelo do início de tudo não caiu nas graças dos porto-alegrenses e teve de mudar. "As mulheres tinham vergonha de dizer que compravam aqui, chegavam a trocar de sacolas", conta a superintendente Marise Mendes Mariano, que atua há mais de 40 anos entre a AJ Renner e o posto no DC.
Essa "rejeição", conta a superintendente, em conversa com a coluna, foi flagrada em pesquisas qualitativas, nas quais os consumidores são entrevistados em grupos focais.
Para os empreendedores, na época, ficou claro que havia rejeição ao mix com redução de preço, que é possível com a venda de itens de ponta de estoque ou coleções passadas.
E olha que havia marcas conhecidas, como a esportiva Reebok e Alpargatas, lembra Marise, admitindo que ainda nos primórdios do outlet comeram a se instalar lojas com cara e preços de boutique, o que acelerou a busca de outro perfil.
Depois disso, os empreendedores tentaram seguir o padrão de shopping convencional, em busca de uma identidade, mas também não deu certo. "Precisa ter supermercado e cinema, pois as pessoas ao shopping para resolver problemas.
Só os varejos que continuavam na operação eram a Expresso do Oriente e a Balbueno Tapetes. "Eles formavam um pequeno núcleo de decoração e, ao longo do tempo, também carregavam o shopping com todo o marketing que faziam e atraía frequentadores", reconhece ela.
Com as lojas originais da Expresso do Oriente e Balbueno Tapetes, o DC decidiu seguir a vocação de polo de móveis e decoração. Em 2021, 100% da área de lojas está ocupada. A última operação a abrir foi a filial da Vivar Sleep Center, de colchões, com a maior unidade física. São 13 no total.
E vem por aí o Mercado Paralelo, que foca em lazer e gastronomia. A previsão é abrir em dezembro.