Quem aprecia a bebida vai gostar da notícia: a grife gaúcha Café do Mercado, que tem três cafeterias bem conhecidas no Mercado Público em Porto Alegre, acaba de duplicar a capacidade de torrefação para dar conta do crescimento do consumo.
Uma das alavancas é a demanda do varejo, como lojas especializadas e supermercados que vendem as linhas da marca para quem quer preparar a própria bebida.
A retomada da receita do negócio ocorreu em junho e julho passado, quando a marca registrou demanda e faturamento nos mesmos níveis de 2019.
“Foi necessário dobrar a capacidade para continuarmos crescendo no moído”, explica o diretor Clóvis Althaus Júnior.
Uma nova máquina, que processa 40 mil quilos de grãos por mês e segue a tradição da alemã Probat - a Café do Mercado tem um equipamento mais antigo com a mesma capacidade -, começou a funcionar na sede da indústria porto-alegrense na Zona Norte da Capital. O investimento foi de R$ 1,3 milhão.
O diretor diz que o equipamento permite separar as linhas para cada o. O diretor diz que o equipamento permite separar as linhas para cada um dos torradores, entre o que é vendido como grão (70%) e moído (30%). A proporção se explica porque o grande cliente da marca são as quase 1,3 mil cafeterias em todo o País e no Uruguai, onde a grife ganha mais espaço a cada dia, diz Althaus.
“Vamos crescer 5% a 10% até o fim do ano”, projeta o diretor, em toda a operação.
Em meio ao aquecimento do consumo, a Café do Mercado também tem de lidar com a alta de preços da matéria-prima, de 120% em um ano e meio, devido à estiagem em 2020 e 2021 e geada no último inverno que provocaram quebra da produção. Foi inevitável repassar custo, mas as cafeterias da marca, garante o diretor, mantiveram o valor do cafezinho.
A Café do Mercado aposta na tradição de atuar apenas com grãos certificados pela Brazil Specialty Coffee Association (BSCA) e linhas especiais. Uma novidade está prestes a estrear. Uma “safra” de cafés de torra mais clara, que é considerada a melhor para fazer a bebida, está saindo da máquina.