A Feira do Livro de Porto Alegre de 2021 está menor, devido à pandemia, mas nem por isso as vendas estão acanhadas. Livreiros veteranos da Praça da Alfândega esperam bater os números da edição de 2019, a última presencial, ou até superar. O que deve ocorrer até o fim da edição, no dia 15, em meio ao feriadão.
Fins de semana e feriados puxam movimento. A 67ª edição do evento começou no dia 29 de outubro.
"Sábado (segundo dia) explodiu, domingo explodiu, segunda e terça, explodiram (venda). E tem pela frente fim de semana e feriadão", resume Jussara Nunes Martins, 55 anos de feira. Jussara, que tem no currículo 30 anos como gerente de compras da extinta Livraria do Globo, admite que, na largada do evento, "não tinha muita fé" no resultado. Este ano são 56 expositores, 60% abaixo do número de 2019.
"Tá de vento em popa", ilustra Cláudia Valsirene Rosa, dona da Mania de Ler, desde 1998 na feira. Fotos: Patrícia Comunello/JC
"Não íamos colocar meta e agora batemos a cada dia", resume a livreira da Nunes Martins, na área infanto-juvenil.
"Tá de vento em popa", ilustra Cláudia Valsirene Rosa, dona da Mania de Ler, desde 1998 na feira. A cada dia, o movimento e as compras crescem, diz Cláudia. Apenas a chuva de quarta-feira (3) afugentou o público. "Se continuar neste ritmo, vamos ter aumento de 15% a 20% em relação a 2019", projeta a dona da Mania de Ler.
Guilherme Dullius, da Beco dos Livros, um dos nomes tradicionais do mercado editorial de usados na Capital, admite que o movimento "está melhor do que esperado".
"Tínhamos um pé atrás", conta Dullius. Para superar o último ano de evento presencial, o dono da Beco dos Livros aposta no efeito "salário", pago no começo do mês.
Dullius, da Beco dos Livros, aposta no reforço do pagamento dos salários para alimentar as vendas
A pandemia já tinha acelerado o mercado editorial, com a venda online.
"Nossa livraria vende (no marketplace) como era no físico", garante Vitor Zandomeneghi, sócio da Banca do Livro, 29 anos de feira.
"As pessoas estão vindo, os números são os mesmos de 2019, mas vamos bater as vendas", sinaliza Zandomeneghi. "Vamos ter uma surpresa muito agradável até o fim do evento."
O Câmara Rio-Grandense do Livro, que organiza a feira, ainda não divulgou números, mesmo que parciais de vendas. O presidente da câmara, Isatir Botin Filho, vai aguardar as informações para fazer uma avaliação mais precisa, e observa: "Para nós, livreiros, é um alento. Está sendo excelente poder voltar para a praça".
Minuto Varejo confere estratégias para atrair leitores-clientes
Zandomeneghi, da Banca do Livro, une curadoria, bom catálogo e foco agora em infanto-juvenil
LUIZA PRADO/JC
O Minuto Varejo foi literalmente à Feira do Livro de Porto Alegre conferir a estratégia dos livreiros para atrair leitores-clientes. Vídeo que entra no ar nesta segunda-feira (8) mostra o que quatro participantes veteranos de feira estão fazendo para vender mais.
Os donos das bancas são craques em ações que fisgam a vontade de levar o livro e rompem a resistência de compradores. "Os leitores voltaram à feira", comemora Jussara Nunes Martins .
"Sábado explodiu, domingo explodiu, segunda e terça explodiu", atesta Jussara sobre as vendas dos primeiros dias. A feira começou em 29 de outubro e vai até o dia 15 de novembro na Praça da Alfândega, Centro Histórico da Capital gaúcha.
As ações para vender mais vão além do clássico desconto de 20%. Guilherme Zandomeneghi, da Banca do Livro, une curadoria, bom catálogo e foco em infanto-juvenil. A livraria estreou no setor na feira este ano. "Derrubamos o estigma de que criança e jovens não gostam de ler", avisa ele.
Cláudia Rosa, da Mania de Ler, diz que vale tudo para não perder venda: "A gente negocia, parcela, facilita de todas as formas, só não dá para deixar de levar o livro."
Guilherme Dullius, da Beco dos Livros, mira descontos, que estão maiores porque o volume de livro é grande, acumulado da edição de 2020 que não teve presencial. "Tem título 20% a 30% do preço de capa de um novo. O normal seria 50%", compara Dullius.