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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 19 de Março de 2025 às 09:37

Rede tentou comprar 6 lojas Nacional, mas "negócio emperrou". Por quê?

"O Carrefour quer vender lojas, mas quer vender lojas com os funcionários", alega Romacho

"O Carrefour quer vender lojas, mas quer vender lojas com os funcionários", alega Romacho

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
Por que boa parte dos supermercados Nacional (26 dos 39 ofertados pelo Carrefour) ainda não foi vendida, mesmo com muito interesse de grupos e com pontos localizados em áreas com muito fluxo e consumidores com renda atrativa? Um dos veteranos supermercadistas do Rio Grande do Sul revela à coluna Minuto Varejo por que não conseguiu comprar seis lojas que gostaria de ter na rede, sétima maior do Estado (ranking da Agas de 2023):
Por que boa parte dos supermercados Nacional (26 dos 39 ofertados pelo Carrefour) ainda não foi vendida, mesmo com muito interesse de grupos e com pontos localizados em áreas com muito fluxo e consumidores com renda atrativa? Um dos veteranos supermercadistas do Rio Grande do Sul revela à coluna Minuto Varejo por que não conseguiu comprar seis lojas que gostaria de ter na rede, sétima maior do Estado (ranking da Agas de 2023):
"O Carrefour quer vender lojas (Nacional), mas quer vender lojas com os funcionários", resume Antônio Ortiz Romacho, presidente do grupo Asun. Romacho conversou com a coluna e detalha melhor o que está em jogo e o que poderia ocorrer para que o grupo ficasse com unidades situadas em Porto Alegre, Região Metropolitana e no Litoral.
Até agora, a maior varejista do Brasil, dona da bandeira, vendeu apenas 13 filiais das 39 gaúchas - 11 para grupo Nicolini (Bagé), uma para o Supermercados Kern e uma para o Supermercados Viezzer (Canoas). Em nota no balanço de 2024, o Carrefour avisa que vai fechar até junho as unidades que não vender. A condição de manter os empregados para comprar os supermercados faz parte de acordo feito com a Federação dos Comerciários do Estado (Fecosul)
Filial no bairro Santana é uma das que aguardam negociação para novo comprador  | PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Filial no bairro Santana é uma das que aguardam negociação para novo comprador PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Minuto Varejo - O senhor tentou comprar lojas do Nacional?
Antônio Ortiz Romacho - O Carrefour quer vender lojas, mas quer vender lojas com os funcionários. 
MV - O senhor já comprou Nacional no passado...
Romacho - Uma vez ameacei comprar toda a rede deles. Podia estar comprando agora.

VÍDEO: Supermercadista disse, em 2016, ao JC que queria ficar com as lojas e depois comprou algumas. Na época, o dono era o norte-americano Walmart.

MV - Quantas o senhor queria comprar agora?
Romacho - Estava fazendo negócio para seis lojas. A negociação está emperrando porque eles querem que o comprador das lojas fique com os funcionários. Sem rescindir o contrato com os funcionários. A última loja do Nacional que eu comprei, eles rescindiram o contrato com todos os funcionários. Eu recontratei quase todos. Não tem problema.
MV - O senhor faria isso agora?
Romacho - Claro, eu faria isso agora. Rescinde, mas eles não querem rescindir. Eles querem deixar o contrato seguir normal.
MV - Qual é o risco para quem comprar?
Romacho - O risco é absurdo. Não tem tamanho esse risco. O trabalhista é uma coisa que tu não sabe calcular. Vai que um funcionário subia no gerador. Passou dois anos em cima de um gerador e não ganhava periculosidade. Pronto, é R$ 1 milhão.
MV - A negociação com o Nacional e quem está comprando. Porto Alegre tem muitas indefinidas. O que vai impactar na disputa de mercado?
Romacho - O mercado é elástico. Se mexe muito. Abre uma empresa próximo das nossas lojas? O faturamento cai um pouquinho e em seguida ele se ajusta. Esse problema do Nacional perdendo clientes. Nosso faturamento aumentando por que o dele está diminuindo. Acredito que se esse empecilho continuar (manutenção dos funcionários), eles vão abandonar as lojas e vão ser obrigados a demitir essas pessoas todas. Nessa falta de funcionários que existe hoje, a gente quer muito os funcionários deles, mas queremos zerado e não do jeito que eles estão oferecendo.

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