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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 11 de Março de 2025 às 18:02

"Preço cai na hora", diz presidente da Abras, sobre isenção imediata da cesta básica

Galassi defendeu, na Câmara, antecipação da medida da reforma tributária, mas com vigência em 2026

Galassi defendeu, na Câmara, antecipação da medida da reforma tributária, mas com vigência em 2026

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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"O preço cai na hora. O preço cai na hora", garantiu, com ênfase, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, nesta terça-feira (11), em Brasília, sobre a antecipação da isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da cesta básica.
"O preço cai na hora. O preço cai na hora", garantiu, com ênfase, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, nesta terça-feira (11), em Brasília, sobre a antecipação da isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da cesta básica.
A medida foi aprovada na reforma tributária, mas com vigência somente em 2026. A Abras quer a aplicação imediata para contrapor a conjuntura de pressão de preços, tanto internamente como no exterior.
"Não é um fato exclusivo do Brasil. Ocorre no mundo, que está reagindo. A melhor forma de reagir (Brasil) é um acordo entre governadores e governo federal para antecipar a isenção", argumentou Galassi. O apelo foi feito pelo dirigente durante sessão especial da Câmara dos Deputados em homenagem à entidade. Galassi também foi reempossado no cargo, após ser reeleito.
Uma comitiva gaúcha, liderada pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), acompanhou a sessão na capital federal.
"Temos a oportunidade de antecipar (a isenção). O foco é no interesse dos consumidores", acrescentou o líder supermercadista, reforçando o temor sobre os efeitos mais danosos para a economia da "atual fase de alta dos alimentos".
"Queremos a implantação imediata. Já não temos os impostos federais na cesta, mas muitos estados têm alta carga. A reforma prevê que os recursos que saírem da cesta devem ser compensados", cita Galassi. O dirigente sustentou que a queda de preços nos supermercados ocorrerá pela concorrência no setor.
"Temos um fato no Brasil que é praticamente inédito no mundo: uma alta desconcentração do poder econômico dentro do setor", destacou, citando que hoje 1,2 mil redes respondem por 60% da receita. "Na Argentina, apenas três grupos concentram esta fatia de faturamento", exemplificou Galassi. "A nossa condição garante que qualquer redução de custo chegue à ponta do consumidor final."  
Para um acordo, o presidente da Agas acredita que a União terá de fazer alguma compensação ou repasse de subsídios para as unidades da federação que vão perder recursos com a antecipação. "O governo poderia conceder subsídios para facilitar a redução tributária de imediato", associa o supermercadista.  
No Rio Grande do Sul, ainda não ha posição sobre o ICMS da cesta, que é de 7% e tem alguns produtos sem taxação. Outros estados, como São Paulo, puxaram o corte de impostos. O governador gaúcho, Eduardo Leite, rebateu a provocação da União alegando que o Estado já promove o corte da carga de alimentos por meio do programa Devolve ICMS, que retorna o imposto a famílias de renda mais baixa. Mas o governo federal quer a redução ou isenção para todos os consumidores.
O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, deve abordar o tema durante evento que a Fecomércio-RS terá, na sexta-feira (14), com Leite como principal atração. A carga tributária deve ser uma das pautas inevitáveis.   
No plenário da Câmara, o presidente da associação brasileira também listou outras medidas que a entidade considera que podem reduzir os custos para as famílias. Está na lista, a regulamentação de voucher e cartões de vale refeição para liberar mais recursos aos trabalhadores para gastos com alimentação. A Abras aponta que as administradoras concentram R$ 10 bilhões.
Outra frente é a autorização para supermercados venderem remédios sem prescrição médica. "Nos anos de 1990, quando se podia comercializar esses medicamentos, os preços chegaram a cair até 35%", recordou o presidente da Abras. Um argumento dos supermercadistas é que muitas cidades não têm farmácias, mas têm mercados. Os estabelecimentos poderiam suprir a demanda das pessoas que precisam de remédios, reforçam Abras e Agas. 

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