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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 14 de Fevereiro de 2025 às 16:17

Varejo do RS lidera alta nas vendas do setor em 2024 no Brasil

Eletrodomésticos puxaram vendas associadas à reposição das perdas causadas pelas enchentes

Eletrodomésticos puxaram vendas associadas à reposição das perdas causadas pelas enchentes

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Móveis, eletrodomésticos e atacarejos puxaram o desempenho do varejo gaúcho em 2024 e garantiram a liderança do Estado no cenário nacional. Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o setor teve alta de 9,4% no volume vendido pelo varejo ampliado (veículos, construção e atacarejos) e de 8,4% no comércio geral (chamado de restrito), melhores taxas no acumulado do ano passado frente ao anterior.
Móveis, eletrodomésticos e atacarejos puxaram o desempenho do varejo gaúcho em 2024 e garantiram a liderança do Estado no cenário nacional. Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o setor teve alta de 9,4% no volume vendido pelo varejo ampliado (veículos, construção e atacarejos) e de 8,4% no comércio geral (chamado de restrito), melhores taxas no acumulado do ano passado frente ao anterior.
Na média, o Brasil teve avanço de 4,7% no comércio geral e 4,1% no ampliado no ano passado em relação a 2023. Depois da liderança do Rio Grande do Sul, estados sem muita expressão entre as grandes economias do País registraram as maiores elevações. Amapá teve avanço de 15,5% no varejo geral, e Paraíba, de 11,4%. No ampliado, os dois se repetem, com elevação de 15,8% e de 11%, respectivamente. 
A dianteira gaúcha tem relação direta com impactos das cheias históricas de maio, que também geraram perdas para o setor. A PMC revela a face na ponta do consumo, que recebeu maior demanda justamente pela necessidade de reposição de mercadorias e ainda por uma condição mais reforçada de renda, alimentada por benefícios e verbas que socorreram as famílias na crise climática, cita o economia-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank
"Setores que pesam muito pra PMC acabaram sendo estimulados com as enchentes, como hiper e supermercados, farmacêutico e atacarejos", elenca Frank. "Teve toda a onda de solidariedade, a incerteza que contribuiu pra formação de estoques. Outros segmentos foram demandados por conta do processo de recomposição do patrimônio", lembra o economista, referindo-se a eletromóveis e materiais de construção.
No Estado, alimentos tiveram alta menor que a média do IPCA do setor em outras regiões | PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
No Estado, alimentos tiveram alta menor que a média do IPCA do setor em outras regiões PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Frank também adiciona outro elemento, que é variação de preços, pelo IPCA, para alimentos, que vêm sendo um dos itens mais preocupantes no aquecimento da inflação. A média do IPCA da Região Metropolitana de Porto Alegre ficou em 3,57%, índice geral, e de 3,83% em alimentos e bebidas.
Mesmo acima da média entre as duas frentes (geral x alimentos), o dado regional foi menos da metade (percentualmente) do nacional, de 7,69% para o grupo. O IPCA médio foi de 4,83% no Brasil. Mas o alerta sobre a correção de preços foi acionado agora devido ao efeito da estiagem, justamente na oferta e nos preços dos alimentos.
O economista também cita a recuperação do mercado de trabalho como fator positivo para o comércio. O aquecimento do emprego, cita Frank, também ajuda na geração e ganhos reais de salários. Na largada de 2025, porém, mesmo com mercado de trabalho se mantendo aquecido, a elevação dos juros básicos (Selic) e da inadimplência (atingiu a maior taxa na série do indicador da CDL-POA para o Estado, chegando em 33,25% em janeiro) acrescenta mais complicadores para o varejo, dependente de compras a prazo e cliente que pode acessar crédito. Além disso, dinheiro mais caro eleva custo para expansões, como de lojas, e de estoques.
Pelos dados acumulados de 2024, o volume de vendas de móveis e eletros teve a maior alta, de 13,4%, seguido por 12,7% de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, de 12,6% de atacarejos, 12% de supermercados, 10,8% de farmácias, 10,7% de veículos (lembrando que muitas unidades foram atingidas pelas cheias), e 9,5% de materiais de construção. Já livros à papelaria tiveram aqueda de 9,5% e combustíveis ficaram quase estáveis, com leve recuo de 0,3%.    
Atacarejos foram um dos segmentos que mais captou a demanda na Black Friday | PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Atacarejos foram um dos segmentos que mais captou a demanda na Black Friday PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Mas, em dezembro, fechamento do ano, o setor não veio bem, com queda nos dois recortes da PMC, frente a novembro. Segmentos do dia a dia de consumo (de supermercados a papelaria) tiveram recuo de 1,7% nas vendas. Já os setores do varejo ampliado tiveram redução de 2,4% em dezembro. Se o confronto for com o mesmo mês de 2023, o quadro é mais aquecido, com alta de 8,1% no varejo restrito e de 10,8% no ampliado
Considerando a comparação com novembro, o comportamento do volume comercializado pode indicar parte de influência do fluxo da Black Friday, em fim de novembro. Entidades, consultorias que monitoram setores e mesmos lojistas detectaram antecipação de compras de itens que poderiam ser mais concentradas no Natal, data promocional com mais vendas. Atacarejos foram, inclusive, um dos segmentos que mais captou a demanda, destacando-se nas compras nos pontos físicos
O economista da CDL-POA lembra que não é a "primeira vez que isso acontece", de o "melhor mês do ano" fechar no negativo (queda) e com motivos que também podem incluir o adiantamento do 13º salário dos aposentados e pensionistas, que ocorre desde a pandemia de Covid-19, em 2020. Os valores são pagos no primeiro semestre, reduzindo disponibilidades de recursos para o fim do ano.
"Com as enchentes, também tivemos adiantamentos de benefícios sociais, como Bolsa Família e abono salarial. Isso tudo pode ter pesado", associa o especialista, sobre o dezembro em baixa.
No fim do ano, mas já no confronto com dezembro de 2023, os dados da PMC mostraram que a maior alta foi com eletromóveis, de 26,4%, seguido de 20% de atacarejos, 13% de veículos e 12,8% de materiais e construção, entre as taxas acima de 10% de elevação. 
O varejo geral teve aumento de 8,1% e o ampliado de 10,8%. Confecções venderam volume 8,2% maior, combustíveis, 7,3%, supermercados, 5,7%, e farmácias, 5,2%. Já materiais para escritório teve forte queda de 12,8%, e livros e papelaria, de 4,2%.

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