O que o South Summit Brazil (SSB) e a Feira Brasileira do Varejo (FBV) têm em comum? Os dois eventos são em Porto Alegre, ocorrem em sequência - abril (SSB) e maio (FBV) - e focam inovação. Por que, então, não recebem o mesmo apoio (financeiro) do governo gaúcho? A pergunta é da organização da feira varejista, que já se autointitulou "NRF brasileira", em alusão à feira mais badalada pelo setor no mundo, que ocorre em Nova York, em janeiro, e que tem cobertura da coluna Minuto Varejo.
A feira espera atrair este ano 10 mil inscritos ante 9,6 mil da edição de 2023. A feira foi suspensa em 2024, pois seria justamente em maio, quando o Rio Grande de Sul, incluindo Porto Alegre, sofreu com as enchentes históricas. O palco, no Centro de Eventos da Fiergs, ficou completamente inundado.
Piva destaca que o acordo firmado, no ano passado, com o Sebrae-RS, tanto para curadoria como para assessoria técnica do evento - a entidade de apoio a micro e pequenas empresas tem no currículo a realização da Mercopar, em Caxias do Sul -, deve impactar na participação de público. "Esperamos mais de 4 mil empreendedores somente pela ação do Sebrae", projeta Piva.
Sobre o apoio buscado do governo, o presidente do Sindilojas Porto Alegre, que lidera a feira de varejo, Arcione Piva, esclarece: "O Estado nunca disponibilizou nada para a FBV, mas para o South Summit disponibiliza um valor bastante grande", compara o dirigente.
A provocação, feita em conversa com a coluna nesta terça-feira (28), justamente no dia do lançamento da 11ª edição do evento, que será em 21, 22 e 23 de maio na Capital, busca sensibilizar o governo gaúcho e também a prefeitura para destinar recursos, sejam financeiros ou em forma de mídia ou outros formatos, que pode possam ampliar a divulgação, por exemplo, cita Piva.
"Mas ainda dá tempo (de ajudar). Até o dia 21, às 9 horas da manhã, que é a hora que abre a edição", avisa, com humor, o dirigente.
"O South Summit é um evento maravilhoso. Somos apoiadores desde o projeto, desde a primeira edição, ajudamos a arrecadar fundos para fazer a primeira reforma do Cais Mauá (armazéns que são palco do evento de tecnologia), junto com outras entidades", cita Piva, que reforça a relevância do SSB e apoio que o varejo vem dando e indica que há muita complementariedade.
"Um foca tecnologia e outro uso das soluções. O varejo é um dos canais que mais utiliza as soluções e muitas startups que surgem no Cais vão atender lojas depois", relaciona o dirigente, cobrando que o Estado e o governo local "não dão o devido valor aos produtos locais" (no caso, da feira varejista). "O dinheiro fica aqui, vai ser investido aqui, não vai para fora", completa.
"Apoiamos e vamos continuar apoiando (SSB). Não é trocar um pelo outro. É apoiar os dois. Esse é o nosso pedido. Quando levamos o pedido ao governo, a resposta normalmente é: não está no orçamento, embora a gente leve um ano antes", acrescenta o varejista, lembrando ainda que o comércio é uma das maiores fontes de tributos e de empregos na economia gaúcha.
Na edição deste ano, que tem mais de 80% dos palestrantes, entre conferencistas nacionais e regionais, já confirmados, são esperados nomes de peso na área de exposições e justamente ligados à tecnologia, cita o presidente do SindilojasPOA.
"Estamos conversando com Google, Thoughworks, SAP, Amazon. O palco é propício para as grandes empresas se mostrarem para o varejo, que é um grande consumidor de tecnologia", conclui. A FBV vai pautar temas do dia a dia do setor, tocando em frentes sobre gestão, pessoas, modelo de loja e uso de Inteligência Artificial (IA). Inscrições e programação estão em feirabrasileiradovarejo.com.br.