Os atacarejos, modelo de supermercado que tem mais abertura de loja, alimentaram o desempenho das vendas do comércio gaúcho no penúltimo mês de 2024, garantindo ao Estado o segundo lugar no cenário nacional. Os dados estão na Pesquisa Mensal co Comércio (PMC), do IBGE, referente a dois meses anteriores a janeiro. Os atacarejos tiveram avanço de 24,2% no volume comercializado em novembro e puxaram a alta de 13,2% no varejo ampliado na comparação com novembro de 2023. O Brasil teve elevação de 2,1%.
O Rio Grande do Sul ficou atrás apenas do Amapá no recorte ampliado, que tem ainda materiais de construção e veículos. Supermercados também despontaram no conceito de varejo restrito, com alta de 14,9% nas vendas em novembro de 2024 frente ao mesmo mês do ano anterior.
O comércio restrito engloba mais setores, desde combustíveis, vestuário, eletromóveis, farmácias, papelaria, itens para casa a escritório. O desempenho estadual teve alta de 11,6%. No quadro nacional, o varejo geral subiu 4,7%. No acumulado do ano, o varejo geral gaúcho tem alta de 8,2%, e o ampliado, de 9,2%. O País acumula saldos menores: 5%, no geral, e 4,4%, no ampliado,
No confronto mensal, em relação a outubro, os percentuais foram mais comedidos e até negativos nos segmentos gaúchos, com queda de 1% entre veículos, materiais de construção e atacarejos (taxa do ampliado). No geral, o Estado teve elevação de 0,5% na comparação com o mês imediatamente anterior. Não é possível identificar quais setores impactaram os dois recortes, pois o IBGE não faz a apuração das taxas de volume de vendas para cada mês, buscando apenas a avaliação em período maior, como o anual.
O desempenho dos atacarejos indica certamente impacto da Black Frisar, que foi na última semana de novembro., O segmento de lojas despontou em outras pesquisas, como da Nielsen, uma das mais renomadas em avaliação e medição dos principais segmentos do varejo. As unidades com volume de mercadoria de atacado e preços que normalmente são mais competitivos que a loja de vizinhança já haviam liderado com crescimento acima de 30%, indicando que a competição desse setor vem se acirrando. O Rio Grande do Sul tem expansão de redes, entre as grandes, e que seguem mantendo a abertura de lojas em 2025.
Outro segmento que também teve efeito da campanha de novembro, que já é considerada a segunda do ano, atrás apenas do Natal, é o de vestuário, com alta de 14,8%, quase no mesmo patamar de supermercados.Utilidades para casa tiveram alta de 12,7%, seguida por combustíveis, com avanço de 11,2%, e farmácias, 9,4%, o que demarca a trajetória sempre no lado positivo. Já eletromóveis, que perderam muito da atratividade na Black, registram queda de 3,5% no volume comercializado. Papelarias amargaram receio de 13,1%. Veículos tiveram aumento de 7,2% e materiais de construção, de 16%, no varejo ampliado.