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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 25 de Dezembro de 2024 às 17:25

Natal foi "salvo" por presentes de última hora, atestam lojistas

Fluxo mais intenso em complexos comerciais marcou os dias que antecederam Natal de 2024

Fluxo mais intenso em complexos comerciais marcou os dias que antecederam Natal de 2024

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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O Natal de 2024 foi salvo pelos presentes de última hora. Passada a data, a percepção de lojistas, ainda sem uma medição de vendas do setor, é que o movimento registrado no último fim de semana e nos dois últimos dias antes da data, nesta quarta-feira (25), deram o fôlego para melhorar o desempenho.
O Natal de 2024 foi salvo pelos presentes de última hora. Passada a data, a percepção de lojistas, ainda sem uma medição de vendas do setor, é que o movimento registrado no último fim de semana e nos dois últimos dias antes da data, nesta quarta-feira (25), deram o fôlego para melhorar o desempenho.
Além disso, fontes de entidades e setores do comércio ouvidas pela coluna Minuto Varejo confirmam outras duas marcas da temporada recente de compras: antecipação de consumo na Black Friday (BF), consagrada como a melhor campanha promocional do ano, ainda sem computar o Natal, e o gasto para repor itens e resolver demanda pessoais e para familiares, ainda rescaldo da enchente do primeiro semestre.
Até mesmo o pagamento do 13º salário bem antes a data normal para muitos segmentos, devido às cheias, retirou capacidade de gasto na reta final do ano, indicam varejistas. Além disso, o rendimento extra caiu justamente no dia da Black Friday, em 29 de novembro, o que deu mais um motivo para gastos na data, mostrou pesquisa da Nielsen.
"Este ano tivemos um Natal um pouco diferente. No final de novembro e início de dezembro, tivemos um desempenho surpreendente e empolgante. Vendas parecidas com o que historicamente fizemos nos dias que antecedem a data comemorativa", observa o vice-presidente do Sindilojas Porto Alegre, Carlos Klein, lembrando que, de 5 a 15 de dezembro, "as vendas caíram muito".
"A sensação era de período normal do ano e não de mês natalino", confronta o dirigente do SindilojasPOA. Klein cita que o movimento "foi aumentando aos poucos e se intensificou muito no final de semana que antecede o Natal até a véspera".
"Estamos com vendas iguais ao dezembro de 2023", opina o vice-presidente do SindilojasPOA, citando antecipação de compras de presentes na BF e do décimo terceiro como variáveis que influenciaram a fisionomia de vendas natalinas. 
Varejistas apontam que a reação foi sentida também no Centro, com lotação nas ruas antes do Natal | EVANDRO OLIVEIRA/JC
Varejistas apontam que a reação foi sentida também no Centro, com lotação nas ruas antes do Natal EVANDRO OLIVEIRA/JC
"Apesar disso, a demanda reprimida, provocada pelas perdas nas enchentes, ainda trouxe resultados positivos. As vendas de itens específicos de verão (bermudas, camisetas, camisas manga curta) tiveram incremento de 18%, equilibrando a venda na reta final", exemplifica Klein.
O presidente da CDL Porto Alegre, Irio Piva, citou também o "último momento forte do comércio", que abrangeu os quatro dias antes do Natal. A entidade já tinha previsto, em sondagem com consumidores, que quase um quarto das pessoas iria comprar na reta final da tradicional maior campanha do varejo.
"Isso surpreendeu. O Centro, por exemplo, vinha vinha esvaziado, mas a movimentação mais forte nos dias recentes pode ter chancelado crescimento de 5% a 7% nas vendas sobre o mesmo período de 2023", aposta Piva.
A entidade reforça a tese do "Natal racional", com quase nada de decoração que ativasse o "espírito da data" e a intenção de resolver as demandas mais necessárias. "O certo é que teve movimentação forte na última hora", atesta o presidente da CDL-POA. O que já entra no radar agora é o pós-Natal.
Piva admite que o botão de alerta acende "para o médio e longo prazo", ante perspectivas "preocupantes sobre o dólar altíssimo e juro em elevação". "Para o consumo, isso é terrível. O dólar afeta tudo, pois está presente nos custos das empresas", atenta Piva.
Para ele, a BF se consolidou tanto para a agenda do consumidor (que espera o período) como para o comércio físico, não só o digital. "O lojista trabalha melhor a data, não só o e-commerce, e o consumidor busca promoções. A Black Friday entrou na cultura do setor e vai crescer mais em 2025", projeta o presidente da CDL-POA.    
"O Natal, em uma primeira tomada de informações, foi positivo em relação ao ano passado", comenta o presidente da Federação Varejista do RS, Ivonei Pioner, sinalizando que empresas que planejaram e se guiaram por indicadores tiveram melhor resultado.
Pioner também citou regiões turísticas com mais vendas e pontos que conseguiram envolver mais os clientes, oferecendo experiência. "O Natal de 2024 superou o de 2023, apesar das dificuldades vividas pela economia como um todo", pondera Pioner.
coluna conversou com gestores de marcas com forte presença em Gramado e Canela, que citaram que o fluxo não estava agradando nos dias pré-Natal. Mesmo com o retorno do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, com pista completa liberada para voos em meados de dezembro, varejistas da Serra ainda não recebem a movimentacão potencial, devido ao prazo que leva para reação na venda de pacotes de viagens e também preços mais altos neste fim de ano, pela menor oferta de viagens, dizem os lojistas.  

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