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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 05 de Dezembro de 2024 às 10:54

"Varejo gaúcho é forte", diz dirigente, projetando maior alta em 2024

Federação Varejista analisou desempenho de 2024 e projetou principais indicadores de 2025

Federação Varejista analisou desempenho de 2024 e projetou principais indicadores de 2025

TÂNIA MEINERZ/JC
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"O varejo gaúcho é forte", avisou o presidente da Federação Varejista do RS, Ivonei Pioner. A afirmação, feita durante evento de balanço do setor em 2024, reforça a volta por cima que os varejistas conseguiram fazer pós-enchente de abril maio no Estado, segundo Pioner. Ao mostrar números de vendas, a entidade também assinalou que o comércio gaúcho deve ter melhor performance no cenário nacional, com alta de quase 8% no ano.
"O varejo gaúcho é forte", avisou o presidente da Federação Varejista do RS, Ivonei Pioner. A afirmação, feita durante evento de balanço do setor em 2024, reforça a volta por cima que os varejistas conseguiram fazer pós-enchente de abril maio no Estado, segundo Pioner. Ao mostrar números de vendas, a entidade também assinalou que o comércio gaúcho deve ter melhor performance no cenário nacional, com alta de quase 8% no ano.
Para 2025, a entidade, com assessoria do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES) da Universidade de Caxias o Sul (UCS),  espera elevação de 1,9%, que inclui serviços. A atividade, leia-se, as vendas no comércio vão ser influenciadas pelo ritmo da indústria (avanço de 2,4%) e agro (alta de 2%), mas também por condições macroeconômicas, desde inflação e contas do governos, na questão fiscal. A inadimplência, com recuo no fechamento deste ano, deve ser menor. Este ano, a entidade aposta em recuo de 1,6% no setor primário e alta de 3,5% na atividade industrial.
O varejo restrito, pelo conceito do IBGE que vai de supermercados, postos, farmácias, eletrônicos, móveis, vestuário, papelaria e itens para escritório, no Rio Grande do Sul teve alta acumulada no volume de vendas de 7,5% até setembro. Entre os segmentos, a Federação Varejista do RS destacou supermercados, com alta de 11,8%, e farmácias, de 11,4%, além de equipamentos para escritório e comunicação, que saltou 19%.
Já o conceito de varejo ampliado, com materiais de construção, veículos e autopeças e atacarejos, subiu 7,5% no acumulado no mesmo período, mas com o melhor desempenho no acumulado em cinco anos, apontou Pioner. Parte da vitalidade nos dois recortes (ampliado e restrito) veio da demanda gerada para reconstrução, com reposição de itens e reconstrução, além de liberação de recursos extras (programas do governo, saques de FGTS e antecipação do 13º salário a atingidos pelas cheias).
O desemprego em baixa é comemorado pela entidade, mas com uma dose elevada de preocupação. Pioner ressaltou que muitas vagas no setor não estão sendo preenchidas. A falta de qualificação também explica a dificuldade de ocupar os empregos. A questão também foi ressaltada pelos supermercadistas, que enfrentam este ano mais limitações, com alta rotatividade de mão de obra. O setor abre mais lojas, principalmente em formatos como atacarejos, mas não consegue preencher as vagas.  
Para o quarto trimestre, a federação espera mais queda de inadimplência, com impacto das renegociações de atrasados que ocorrem em feirões. "Vamos ter mais pessoas voltando a poder consumir no mercado", associa o presidente da federação.
Dados indicam queda de 7,24% no número de dívidas em atraso em outubro, dados do SPC Brasil e Serasa para o Rio Grande do Sul. Já o número de inadimplentes teve redução de 4,89% no mesmo mês. Entre os débitos, a maior fatia (20,9%) se situa entre R$ 2,5 mil e 7,5 mil. Logo depois, vem a faixa de R$ 500,00 a R$ 1 mil, 13,7% dos atrasados. Os maiores credores são os bancos, com 61,39% do montante. O comércio responde por 10,3% das dívidas com inadimplência.
A taxa de reincidência é de 85%, que envolve consumidores que voltaram a atrasar após saldar atrasados. Para 2025, a federação sinaliza para um contexto positivo nas vendas, associado à queda da inadimplência, renda mais alta e ao desemprego recuando.
Nesse cenário, Pioner apontou uma condição essencial: "Precisamos de um governo (federal) que, no mínimo, seja estável. Hoje falta responsabilidade com a meta fiscal, alinhada com a realidade do País. Também é preciso mais atenção a fatores como aumento da inflação e desaceleração da indústria. Eventos climáticos no Rio Grande do Sul estão na pauta de alertas para 2025", assinalou o dirigente. 
O dólar está no visor. A entidade citou cotação técnica para dólar a R$ 5,55 em 2025, mas análises como a da XP Investimentos, que foram citadas, sinalizam para acima de R$ 6,00, "devido à instabilidade", segundo a federação.
"Um dos motivos para ter dificuldades em 2025 também está ligado a juros mais altos, que acabam gerando mais dificuldade para os negócios, devido ao freio em investimentos", pontuou Pioner.

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