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A coluna foca novidades sobre operações, tendência e desempenho do consumo e traz olhar de quem empreende no varejo do Rio Grande do Sul, com conteúdo multimídia.
Publicada em 26 de Outubro de 2024 às 18:20
Videocast do Minuto Varejo: Por que a loja física não acabou?
Drebes conversa com a colunista no segundo episódio do programa em vídeo
THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Patrícia Comunello
“Há seis, oito anos, estive em uma NRF, em Nova York (uma das maiores feiras do mundo em inovação no varejo) e foi decretado que as lojas físicas iam acabar. Aí, pensei: 'O que faço com as unidades que temos se isso vai acabar terminar?’ Voltei à feira anos depois, aí decretaram que as lojas iriam conviver no físico e digital. Então, tá”, reagiu, com alívio o empresário e presidente de uma das maiores redes de eletromóveis do Sul do Brasil, a Lojas Lebes, Otelmo Drebes, em meio ao segundo episódio do videocast do Minuto Varejo.
“Há seis, oito anos, estive em uma NRF, em Nova York (uma das maiores feiras do mundo em inovação no varejo) e foi decretado que as lojas físicas iam acabar. Aí, pensei: 'O que faço com as unidades que temos se isso vai acabar terminar?’ Voltei à feira anos depois, aí decretaram que as lojas iriam conviver no físico e digital. Então, tá”, reagiu, com alívio o empresário e presidente de uma das maiores redes de eletromóveis do Sul do Brasil, a Lojas Lebes, Otelmo Drebes, em meio ao segundo episódio do videocast do Minuto Varejo.
VIDEOCAST: Assista à íntegra do episódio com Otelmo Drebes
No bate-papo, que pode ser assistido no canal do JC no YouTube e também em áudio no Spotify, o varejista faz um passeio pela trajetória da rede e onde surgiu, pelos impactos de mudanças, como o advento dos canais online e da inteligência artificial (IA), e aponta a estratégia que motiva equipes e faz da Lebes uma das melhores empresas para trabalhar, segundo rankings especializados.
"Gosto de pagar prêmios", revela Drebes, que acredita, com força, que a loja física não vai acabar. A rede surgiu há 68 anos em São Jerônimo, interior gaúcho, tem 350 unidades, mais de 3 mil funcionários e deve faturar R$ 1,6 bilhão em 2024. A seguir, confira trechos do bate-papo:
Minuto Varejo - Por que a loja física não acabou?
Otelmo Drebes - Depende de como a gente interpreta. Tenho 15% a 20% da venda com interferência digital (do WhatsApp ao site), e 80% de comércio no ponto físico. Trabalhamos muito com a interferência humana, mesmo no front online. É o que a gente acredita: atendimento mais próximo, mais humano com as pessoas, podendo falar com o vendedor, podendo ir na loja. Esse é um detalhe importante: ir na loja, que, na década de 2010, teve a morte decretada duas vezes. Disseram que a digitalização ia acabar com o ponto físico, mas não acabou.
MV - O que garantiu que a loja física continuasse a existir?
Drebes - Tem muitos modismos, evoluções e mudanças. Seis ou oito anos atrás, estive numa NRF e foi decretado que as lojas físicas iriam acabar. Tínhamos um certo número de unidades e pensei: 'O que faço com essas lojas todas se isto vai terminar?' Aí, disse a mim mesmo: 'Vou esperar um pouquinho'. Voltei à feira anos depois, aí decretaram que as lojas iriam conviver no físico e digital. Também que essa gurizada (gerações Y e Z) iria decidir o que comprar, mas quem tinha o dinheiro eram as pessoas de mais idade. Conclui: agora estou certo. É o que viemos fazendo até hoje. Aqui, as pessoas ainda valorizam muito ir ao local para fazer comprar.
MV - As lojas estão atraentes para esse público?
Drebes - Temos levantamentos de empresas de renome, inclusive mundial, sobre os canais que as pessoas estão comprando. Dos produtos que vendemos, 30% são comprados no digital, e 70% no físico. O número não muda nos últimos três a quatro anos. Acho que batemos no teto: 30% a 35% no online e 70% na loja, o que não deve mudar. Para os 65% a 70% de clientes que vão à loja, precisamos dar uma experiência ótima e vender a crédito, que responde por mais de 70% da comercialização.
MV - Muitas redes saíram de cena ou reduzir de tamanho. Isso vai continuar?
Drebes - Vai ter enxugamento. Às vezes, se vê uma cortina de ‘fumaça’, como culpar a internet pelos problemas, que é mais bonito, né. Mas a razão é incompetência, briga familiar ou societária ou ainda decisões estratégicas erradas. Para um grupo como o nosso, há quase 70 anos no mercado, tem muito de teimosia. Para usar uma palavra mais bonita: resiliência. É querer fazer, insisti Não tem segredo. É trabalhar bastante, levantar cedo. Me queixar ou reclamar vai vender mais? Não, não vende mais.
MV - O que fazer com o 'bicho' chamado Inteligência Artificial (IA)?
Drebes - Não tem como fugir. A IA vai mudar muita coisa. Ela proporciona mais possibilidade para errarmos menos. Hoje faço uma oferta de produto e espero o cliente vir comprar. Quanto mais barato, mais ele compra. Usando inteligência artificial, vamos conseguir saber muito melhor como agir para tomar decisões sobre estratégias, a partir dedados. Nossa decisão será muito mais certeira.
MV - O vendedor ainda te papel decisivo nesse processo e como motivá-lo
Drebes - Acredito muito nas pessoas. Não é por acaso que somos, já há vários anos, empresa do Great Place to Work, como melhor empresa para se trabalhar no varejo do Rio Grande do Sul. É um prêmio no qual os funcionários votam. Temos um turnover baixo, nosso salário é um pouquinho maior que o do mercado, temos um bom ambiente de trabalho e promoção. Tu dá um bom ambiente para as pessoas trabalharem contentes e elas trabalham bem. Gosto muito de pagar prêmio. Digo que, se eles ganham, é por que ganhei mais ainda. O pessoal acha engraçado quando falo isso, mas é a realidade. É uma troca. O prêmio é melhor, tu não acha?