Pouco mais de seis meses após ser dramaticamente fechado por uma inundação histórica, um dos mais recentes complexos de lazer de Porto Alegre, vai reabrir. O Cais Embarcadero, que foi quase todo arrasado pelas cheias do Guaíba, vai ressurgir em 12 de novembro, segundo os empreendedores e governo estadual.
Além disso, o empreendimento obteve mais cinco anos de prorrogação do contrato com o governo gaúcho.
Com a extensão, o complexo poderá ficar até 2031. Ao mesmo tempo, deve ser definido o futuro da concessão geral do Cais Mauá, que teve leilão, com empresa vencedora, mas o processo passar por reavaliação, justamente devido à ocorrência da enchente.
As obras ainda estão ocorrendo e quase todas as marcas que estavam na composição, antes de 3 de maio, quando teve de fechar já com a água avançando na área no Cais Mauá, antigo porto da Capital, volta à ativa no próximo mês, informa a CEO do complexo, Fabiana Marcon.
"Estamos nos acabamentos de grama sintética, paisagismo, iluminação cênica e mobiliários", descreve Fabiana, à coluna Minuto Varejo. No retorno, uma das novidades será o novo Beach Club. Serão 35 operações, de gastronomia a varejo de produtos.
Cinco das marcas que estavam antes das cheias não voltam: Sole Pizzeria, Cacau Show, Monkey Jack, Z Café e Gang. Enquanto isso, outras cinco entram no cardápio: Japesca Temakeria, Pizzaria Famiglia Facin, Tapas y Besos, Tawa Bar e Voa Park.
"Continuamos com lotação máxima e vamos ter marina funcionando, praça náutica, com três flutuantes, pet park e outras novidades", lista a CEO. Antes da reabertura, o governador do Estado, Eduardo Leite, fará uma vistoria no dia 8.
Outra
definição essencial para os empreendedores é o
prazo de prorrogação do contrato para ficar na área. Devido aos custos para compor a estrutura pós-cheias, que já foram projetados em R$ 5 milhões a R$ 10 milhões, a direção do Embarcadero
solicitou mais anos para explorar a área. A negociação começou em agosto passado.
O Cais firmou acordo em 2019 com o Estado, para
prazo de cinco anos e seis meses. A abertura foi em
abril de 2021. Portanto, o período
finalizaria em setembro de 2026. A
coluna tinha noticiado que o Estado havia concordado em dar mais tempo. O
aditivo ao contrato deve ser assinado até o fim de outubro. O documento do aditivo foi analisado e teve aval da
Procuradoria Geral do Estado (PGE)
Em agosto passado, o diretor da operação, Eugenio Corrêa da DC SET, uma das sócias do projeto, deixou claro que a extensão do prazo era decisiva para dar condição de recompor os gastos, tanto da estrutura geral, que cabe aos gestores e donos do negócio, como das marcas que estão no local.
O empreendimento também solicitou a isenção de outorga por um período, para dar fôlego financeiro à reconstrução. A outorga é paga ao Estado pelo uso da área, como um aluguel. A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico informa que ainda não há definição sobre o pleito dos empreendedores.
Entre as operações, o Isoj Nikkei Sushi Bar gastou R$ 200 mil para recompor o ambiente devido aos danos. O Isoj ficar na área que dá de frente para o lago, ou seja, na face atingida em cheio pelas águas. No setor, estão ainda os restaurantes do Press do Cais, Família Faccin, Wills Bar e 20Barra9.
A marca de culinárias peruana e japonesa, que desembarcou no complexo em 2021, aproveita a reconstrução para vir com "revitalização completa da estrutura", adianta Júlio Quadros, um dos sócios-proprietários: "Torço que a população volte a frenquentar o Cais". A marca prepara também a estreia no BarraShoppingSul, com a segunda operação do Isoj.