De Mountain Juliet, no Tennessee, nos Estados Unidos
Há 30 anos quando a
Amazon surgiu, o
fundador Jeff Bezos já indicava que a
meta de entrega mais rápida comandaria a companhia, que começou com
e-commerce de livros em uma garagem em Seattle, nos Estados Unidos.
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Em meio ao Delivering the Future, realizado no mega centro de distribuição (CD), com robôs e humanoides, em Mountain Juliet, no Tennessee, o CEO global da Amazon Stores, Doug Herrington, lembrou que muitos duvidaram da aceleração do tempo de envio.
Dados recentes indicam que a marca entrega 1,6 milhão de pacotes em até 24 horas nos EUA, contando com forças como da rede Whole Foods, comprada em 2017 e que virou o grande laboratório para entender consumidores e avançar nesse mercado.
Groceries (itens de mercearias e supermercados) e remédios estão entre os focos detalhados por executivos de linha de frente, durante o evento no começo de outubro. “A Amazon é uma fábrica gigante de startups. Os próximos 20 anos serão de muita inovação e transformação”, sinalizou Herrington.
MQY1, em Mountain Juliet, no Tennessee, é considerado um dos centros de inovação da gigante
AMAZON/DIVULGAÇÃO/JC
No cenário mais imediato, estão melhorias na entrega, no modelo de compras, na robótica, no uso de inteligência artificial (IA) e na sustentabilidade. Segundo os executivos, o foco é aprimorar a experiência do cliente e dos funcionários.
“O Delivering the Future mostra o que a companhia está inovando com robotização e trazendo novas formas de trabalho para a nossa operação”, destaca o head de Relações Públicas (RP) da companhia no Brasil, Thomas Kampel.
No CD no Tennessee, robôs como o Robin levam cargas e pesos de pacotes muito grandes para evitar sobrecarga humana, além de garantir a saúde e segurança dos nossos funcionários. Outros aceleram o processo de transferência de prateleiras, de produtos e de cargas”, exemplifica Kampel.
Dentro da estrutura, é possível ver as condições de atuação dos trabalhadores nas posições que exigem ainda manuseio de produtos, como escolha do tipo e tamanho de embalagem para cada item comprado.
O robô Pegasus faz a classificação de pacotes em áreas de finalização dos pedidos no CD
AMAZON/DIVULGAÇÃO/JC
“Aqui, a Amazon consegue integrar o trabalho humano com o robô para poder trazer uma melhor experiência de entrega para os nossos clientes, acelerar os prazos de envio de produtos em todo o mundo e poder fazer uma operação muito segura e positiva para todo mundo que trabalha aqui”, conecta Kampel.
O uso mais intensivo de robótica e IA mobiliza a preparação de pessoas para os impactos na produtividade, segurança e carreira. Estudo da Amazon com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) apontou que 60% dos trabalhadores dos EUA “acreditam que robôs e IA aumentarão a eficiência operacional e o bem-estar”.
Este dado motivou outro projeto entre a companhia e o MIT. Em 2025, pesquisadores de pós-doutorado atuarão com a equipe de Fulfillment Technology & Robotics da Amazon para identificar práticas que escalem o uso de automação e melhorem os locais de trabalho.
Na ponta do consumo/entrega, estão três ações cruciais para elevar os resultados.
Anand Varadarajan, vice-presidente de produtos e tecnologia global para operações como Whole Foods, que se consagrou pela venda de orgânicos e saudabilidade de produtos, aponta o primeiro: a companhia trabalha para que os clientes comprem nas lojas on-line e físicas, “obtendo o melhor valor pelo seu dinheiro”.
Operação com a rede Whole Foods vai se intensificar para dar conta de demanda de clientes
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Para isso, Whole Foods, Amazon Fresh e amazon.com vão atuar ainda mais combinadas para atender mais rápido e com flexibilidade, dando conta de demandas que o mesmo consumidor vai tendo ao longo do dia.
Uma das armas para “entregar” esse nível de serviço serão centros de microdistribuição, de onde sairão os pedidos ou mercadorias poderão ser retiradas. “Onde tudo o que ele (o cliente) precisa estará ao alcance dos dedos, na compra pelo app”, garante Anand.
Lockers da Amazon em lojas do Whole Foods atraem grandes volumes e clientes
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
A segunda investida será com a Amazon Pharmacy, que agita o mercado nos EUA, em meio ao fechamento de centenas de lojas redes como CVS e Walgreens. A gigante do e-commerce abrirá pontos físicos em 20 cidades em 2025 e usará sua “logística, automação e IA para fornecer uma experiência de farmácia conveniente e acessível”.
A entrega é a terceira frente. Motoristas entregadores vão usar o sistema Vision-Assisted Package Retrieval (VAPR), baseado em IA que identifica, por meio de luzes, automaticamente pacotes a cada parada, reduzindo o esforço do condutor e tempo das rotas. O VAPR estreará em mil vans elétricas em 2025. Esse arsenal, entre apps, sites, CDs e destinação, busca fidelizar e atrair mais adeptos do Amazon Prime, com mais de 200 milhões de associados.
Quando o time robótico vai chegar a algum dos atuais 10 centros de distribuição (CDs) da Amazon no Brasil? Os complexos não têm nenhum robô, como os que atuam no MQY1 e outros CDs norte-americanos.
“Nos Estados Unidos, estão os CDs teste. Nas unidades brasileiras, temos muita tecnologia. O robô não é só a máquina, mas toda a inovação que tem na operação”, observa o head de Relações Públicas da companhia no Brasil, Thomas Kampel.
“O aplicativo para as rotas de entrega é muito evoluído e roda com muito machine learning. Nos CDs, os produtos são armazenados de forma aleatória. Tem muita robotização para poder entender onde a mercadoria está disponível para que o consumidor receba mais rápido”, descreve. “O sistema sabe exatamente aonde fica o produto mais próximo para atender o pedido.”
A companhia atingiu a marca de mais de 130 milhões de produtos ofertados em seus canais no Brasil em setembro. Os produtos que já passaram pelos CDs, um deles no Rio Grande do Sul, em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre, estão em 50 categorias, entre varejo e serviços do site e marketplace.
A oferta teve aumento de 30% em relação a 2023. A operação tinha 1 milhão de produtos quando estreou em 2019 no mercado brasileiro.
Além dos centros logísticos maiores, a empresa tem 130 polos de entrega em todo o País. No Estado, a companhia estreou uma estação de entrega em Canoas, que atende mais de 14,5 mil códigos postais e tem capacidade de distribuir mais de 56 mil pacotes por dia.