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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 03 de Outubro de 2024 às 16:34

Consumidor brasileiro está mais atento à proteção de dados e sustentabilidade

Interface digital crescente para as pessoas comprarem alimenta arsenal de dados sobre os clientes

Interface digital crescente para as pessoas comprarem alimenta arsenal de dados sobre os clientes

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
Patrícia Comunello
O consumidor brasileiro está mais atento a temas como proteção de dados, agenda do clima e ações em relação a produtos sustentáveis e destinação de resíduos. Estes itens pesam mais na cesta de confiança ao escolher marcas e onde comprar.
O consumidor brasileiro está mais atento a temas como proteção de dados, agenda do clima e ações em relação a produtos sustentáveis e destinação de resíduos. Estes itens pesam mais na cesta de confiança ao escolher marcas e onde comprar.
O perfil mais exigente se descola da média de outros países, segundo pesquisa global da consultoria PwC e que indicou caminhos que varejistas podem ficar plugados para entender o negócio e conseguir literalmente conversar com os potenciais públicos. "É essencial manter as prioridades alinhadas e sempre tentar se antecipar às tendências, principalmente diante das rápidas mudanças no mercado", atenta a sócia e líder da indústria de Consumo e Varejo na PwC Brasil, Luciana Medeiros, em nota à coluna Minuto Varejo.
A pesquisa "Voz do Consumidor", aplicada pela consultoria a mais de 20 mil consumidores em 31 países, faz um checklist de temas que ronda a vida das pessoas. O uso de dados pessoais pelo comércio e pelos serviços, que ganha mais relevância na cena nacional devido à aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) brasileira, subiu a escala de atenção muito pela emergência de tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), cuja matéria-prima é informação m grande volume.
A hiperpersonalização, outro movimento que também pauta muitos empreendedores em busca de melhor retorno da operação, coloca no centro a gestão de perfil e conhecimento de clientes. Mas é importante colocar atenção na gestão dos dados: 86% das pessoas dizem que exigem garantias de que as informações não serão compartilhadas, mas 59% não sabem bem como seus dados são armazenados e o destino.
A PwC mostra que a os brasileiros levam muito mais em conta a confiança no uso das informações que a média do quadro pesquisado. Esta condição na relação com os locais ou marcas dos quais as pessoas consomem é apontada por 90% das pessoas. Na média de todos os países, o tema é indicado por 83% dos entrevistados.
Sobre as mudanças climáticas, 94% dos brasileiros e 85% dos consumidores no mundo sentem as alterações em seu dia a dia. Desses impactos, 47% das pessoas no País dizem que compram mais produtos sustentáveis pensando em ajudar a reduzir os danos ao ambiente. O uso de IA divide opiniões, como a substituição do ser humano em muitas funções.
"Não dispensem o elemento humano", recomenda a sócia da PwC, na análise dos achados da pesquisa. Também as redes sociais colhem algumas reservas. Mas a evolução e uso dos canais digitais para compras crescem, pela comparação da nova apuração com anteriores. Em 2024, 49% dos brasileiros (46% no mundo) recorrem às plataformas, ante 21% de 2019. As pessoas também se pautam cada vez mais pela "voz das redes".
Descobertas e avaliações que transitam pelo universo on-line são feitas por 78% dos brasileiros, enquanto, na média, 67% das pessoas buscam as referências. 
"Os dados dos consumidores são diamantes, mas eles precisam ser bem trabalhados. Uma abordagem muito agressiva pode afastar o consumidor da sua marca", pontua Luciana, ao avaliar as razões de maior rejeição ou reserva de segmentos com determinadas marcas. 

O que diz "a voz" dos brasileiros para o varejo

  • 56% quer aumentar o consumo de frutas e vegetais frescos
  • 43% ficam atentos a métodos de produção que enfatizam a redução de resíduos e a reciclagem
  • 39% querem embalagens ecológicas
  • 49% fazem compras mais conscientes para reduzir o consumo em geral
  • 27% olham marcas que promovem programas de responsabilidade social e engajamento comunitário
  • 86% exigem garantias de que suas informações não serão compartilhadas, mas 59% não sabem bem como seus dados são armazenados e compartilhados.
  • 85% expressam preocupações sobre a segurança de seus dados pessoais nas mídias sociais.
  • 57% esperam que a IA ajuda nas recomendações de produtos para comprar e 52% para lidar com atendimento ao cliente
  • 57% espera aumento da familiaridade com o chatGPT e outras aplicações de IA.
  • 63% temem riscos com inflação.
  • 69% dos consumidores no Brasil esperam que o principal aumento em seus gastos nos próximos seis meses seja com alimentos.
  • 43% no Brasil podem trocar de marcas preferidas por melhor custo benefício (mais baratas e produtos genéricos).
Fonte: PwC

Usuário se pauta cada vez mais pelas redes

Daiane, da Meta, alertou para como as marcas se comunicam nas redes para atrair clientes

Daiane, da Meta, alertou para como as marcas se comunicam nas redes para atrair clientes

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
A executiva de varejo da Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, Daiane Quesada, alerta que o que vai fazer a diferença na condução de campanhas das marcas é como é a comunicação com os consumidores. "Vai além do que as empresas vão comunicar", cita ela. Entender os fluxos e como as pessoas tomam decisão pode guiar as ações sobre de produtos e serviços. Dois dados mostram o peso do digital: o brasileiro é o maior usuário no mundo de WhatsApp e é o que mais tempo fica em redes sociais, mais de cinco horas por dia, reforça Guga Schifino, sênior advisor da Linx Stone e co-fundador da FFX.
Schifino é crítico de lojistas que resistem a perceber o valor do online e atenta que o fator local, o comprar de negócios onde as pessoas residem, ganha mais relevância. "É fundamental a nossa marca, a convivência e o apelo com o cliente na cidade onde ele está. Isso vai fazer o varejo prosperar na rede social com altíssima competitividade", orienta o co-fundador da FFX. A Meta apurou em pesquisa que 78% dos usuários querem comprar do comércio de vizinhança.
Um tema que despontou no estudo da PwC também é citado por Schifino e tem relação com compras e retorno de itens aos vendedores. "De tudo que é vendido pela internet, 12% hoje retorna. E ainda tem varejista despreocupados com a lógica de logística reversa", inquieta-se o especialista.
Outra influência da rede social está ligada à Black Friday. Daiane adverte que os consumidores lembram de itens que estavam em oferta na campanha de 2023. Esse registro pode ser considerado na ação deste ano. Um alerta: "As pesquisas de promoções começam a ficar super aquecidas no início de novembro", cita a executiva da Meta. "Na hora da Black Friday (29 de novembro), tem queda nas buscas porque as pessoas já estão decididas", explica Daiane. Isso valida o que já vem sendo uma máxima no varejo. Não é mais campanha de um dia de descontos, mas de um mês inteiro. As pessoas também estão valorizando mais o dinheiro que têm, reforçando o que a pesquisa da PwC indicou sobre o temor da inflação, que atinge do Brasil aos Estados Unidos, ciclo recente de alta de preços que começou na pandemia de Covid-19,

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