Um dos maiores atrativos na orla do Guaíba a surgir nos últimos anos está prestes a voltar ao dia a dia dos porto-alegrenses e de visitantes da Capital. Arrasado pela enchente histórica de maio, o Cais Embarcadero está contando os dias para reabrir. Uma resposta que estava sendo muito aguardada acaba de sair, obtida pela coluna Minuto Varejo.
"Pode informar que o contrato será reequilibrado", avisa a Secretaria de Reconstrução Gaúcha, em mensagem pelo WhatsApp.
A notícia traduz um quesito decisivo para o futuro e a sustentabilidade das operações, que amargaram grandes prejuízos - muitas delas tiveram destruição total -, e estão recompondo instalações para reabrir.
Os empreendedores do complexo, aberto em 2021, terão atendido o pleito de prorrogar o contrato que vence em 2026. São cinco ano e meio. O pedido foi para estender a 10 anos, o que fecharia em torno de 2030.
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O tempo de prorrogação está sendo definido", esclarece a pasta. O documento do aditivo, alterando as condições originais, está com a
Procuradoria Geral do Estado (PGE) para ajustes jurídicos finais. Depois de liberado, será
assinado entre governo e a empresa que faz a gestão. O exame demorou, gerando ansiedade entre os empreendedores, porque o
Cais Embarcadero está dentro da área do Cais Mauá, cuja concessão passa por reexame.
Enchente danificou 70% das operações; restaurantes em frente ao Guaíba foram arrasados
THAYNÁ WEISSBACH/JC
Em agosto passado, o diretor da operação, Eugenio Corrêa da DC SET, uma das sócias do projeto, deixou claro que a extensão do prazo era decisiva para dar condição de recompor os gastos, tanto da estrutura geral, que cabe aos gestores e donos do negócio, como das marcas que estão no local.
Corrêa também havia informado à coluna que os prejuízos com o impacto da cheia poderia ficar entre R$ 5 milhões a R$ 10 milhões, além dos aportes para restabelecer a infraestrutura. Além disso, tem a despesa das unidades, entre restaurantes - parte deles de frente para o Guaíba, bares, fast-food, lojas de vestuário, suvenires, bebidas, azeites e conveniência.
O empreendimento também pretendia buscar a isenção de outorga por um período, para dar fôlego financeiro à reconstrução. A outorga é paga ao Estado pelo uso da área, como um aluguel.
Apesar de não ser possível acessar as áreas onde estão as cerca de 40 operações - 70% delas tiveram grande impacto, segundo o complexo -, é possível ver, da avenida Mauá, o ritmo forte de preparativos, com movimentação de homens nos passeios, Também já guindaste para auxiliar em partes das instalações.
Sobre a data de reabertura, Corrêa ainda faz suspense. A intenção é liberar as operações tão logo esteja formalizado o aditivo do prazo.
"Tá triste (tudo fechado), mas a gente espera que reabra logo", comenta Silveiro
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
"Estamos trabalhando para a reconstrução e em que condições vamos voltar. Queremos resgatar o cartão postal da cidade. O Cais Embarcadero é importante para o trade de Turismo. Em dias de semana, 40% a 50% do turismo de negócio passava por aqui. O "tira gravata", que virou uma cena clássica nas mesinhas de bares e restaurantes, precisa de apoio para voltar", dá a real o diretor.
Entre as operações, o Isoj Nikkei Sushi Bar espera voltar a ter clientes entre o fim de outubro e começo de novembro.
A marca, que desembarcou no complexo em 2021 e vai expandir no BarraShoppingSul, na Zona Sul, o restaurante, aproveita a reconstrução para vir com "revitalização completa da estrutura". O investimento é de cerca de R$ 200 mil. Enquanto estava fechado, o negócio apostou em tele-entrega.
Rosângela e Bender estavam caminhando pela orla e lamentaram fechamento do Embarcadero
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Entre os frequentadores, a expectativa é alta para ter logo a área de volta à cena da cidade. O professor de inglês Luiz Antônio Silveiro, que costuma frequentar a região, define: "Tá triste (tudo fechado), mas a gente espera que reabra logo".
O casal Rosângela Carnine Bender, professora municipal, e Geomar André Bender, servidor federal da carreira da Advocacia Geral da União, deu uma parada em uma caminhada para saber de um segurança sobre a reabertura.
"Ele disse que não tem data ainda", observou Bender: "Uma pena (que não tem prazo ainda). É um lugar muito bonito, gostamos muito de vir aqui. Era uma área que estava abandonada".