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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 13 de Setembro de 2024 às 16:27

Líder de massas frescas prepara volta de marca famosa comprada de ex-rival

Fábrica da Italiany, em Sapiranga, vai passar a produzir as linhas da marca Pavioli

Fábrica da Italiany, em Sapiranga, vai passar a produzir as linhas da marca Pavioli

ITALIANY/DIVULGAÇÃO/JC
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Um negócio que não se concretizou há 10 anos acabou dando certo agora mas de um jeito diferente no setor de alimentos que chegam ao mercado. A líder de massas frescas no Rio Grande do Sul acaba de arrematar a marca que já foi de sua maior rival e prepara o retorno dos produtos ao mercado até novembro.
Um negócio que não se concretizou há 10 anos acabou dando certo agora mas de um jeito diferente no setor de alimentos que chegam ao mercado. A líder de massas frescas no Rio Grande do Sul acaba de arrematar a marca que já foi de sua maior rival e prepara o retorno dos produtos ao mercado até novembro.
O negócio envolve a Italiany e a Pavioli, conhecida pela massa para pastel, pastelão e pizzas, e que já foi líder do segmento. A empresa gaúcha entrou em recuperação judicial (RJ) em 2013, convertida para falência, após a enchente recente que arrasou o parque fabril em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA).    
O diretor e um dos donos da Italiany, com sede em Sapiranga, região calçadista do Vale do Sinos, Paulo Taschetto, conta que, em 2014, a empresa tentou comprar a operação da concorrente.
"Fizemos uma aproximação com a família proprietária e formalizamos um contrato de intenção. Mas por questões ligadas à parte trabalhista e tributária, o nosso jurídico recomendou que não valia correr riscos", explica Taschetto, que comanda a empresa junto com o irmão Alessandro.
A Italiany foi criada pela mãe dos diretores, Sueli Almeida Naissinger. Ela começou o negócio fabricando pizzas na garagem de casa, em 1994.
"Acabamos comprando a marca em leilão 10 anos depois e quando nossa empresa completa 30 anos", relaciona o diretor.         
O remate custou R$ 650 mil. Pelo menos 11 concorrentes estavam no certame recente, registra Taschetto. "O valor inicial era de R$ 350 mil e tinha muitos lances. Mas demos um salto um pouco maior, o que travou a negociação. Nossa estratégia deu certo e vencemos", comemora ele. 
A compra fazia parte do plano de ampliar o portfólio buscado uma nova marca, e a Pavioli entregava um quesito: "admiração do consumidor". "Sempre foi grande referência do setor. Agora nossa missão é seguir o legado e manter a tradição da marca", compromete-se o sócio. 
Irmãos Alessandro (esq.) e Paulo Taschetto tentaram comprar a concorrente em 2014 | ITALIANY/DIVULGAÇÃO/JC
Irmãos Alessandro (esq.) e Paulo Taschetto tentaram comprar a concorrente em 2014 ITALIANY/DIVULGAÇÃO/JC
A volta da Pavioli ao mercado já está definida. Taschetto espera que, em fim de outubro ou começo de novembro, os produtos estejam saindo da fábrica para os pontos de venda. A Italiany aguarda o trâmite judicial, para liberar o uso da marca. Os novos donos ainda não podem fazer nada com a adquirida antes disso. Isso deve levar 30 a 45 dias, projeta o diretor.
"Mas nosso time comercial já está fazendo contatos com redes de varejo e outros pontos de venda. Muitos clientes nossos já estão querendo saber quando a Pavioli volta e se já podem fazer pedido", anima-se o novo dono.
A marca seguirá com o design antes da paralisação da produção. A antiga dona, com mais de 60 anos de operação, tinha feito uma atualização no visual. A linha também terá os mesmo itens, de massa de pastel, macarrão, capeletti, pizza, pastelão e folhado. A Italiany deve testar também a formulação original dos produtos. O salgadinho Paviolito também entrou no pacote de compra
O primeiro alvo será o mercado gaúcho, mas a ideia é retomar a inserção em Santa Catarina, no Paraná e em São Paulo. A Pavioli foi líder da categoria de massas frescas até começo dos anos 2010. O mercado ganhou mais players.
Para dar conta da "nova marca" no parque fabril, a Italiany vai usar 30% de capacidade ociosa atual. "Mas já estamos fazendo estudos para ampliar a capacidade em 2025", adianta o diretor. A empresa investiu R$ 30 milhões nos últimos cinco anos com nova planta. A capacidade instalada não é revelada. "Questão estratégica", diz Taschetto. 
O portfólio da Italiany já teve reforço este ano com linhas de tortei e torteloni. A receita cresce 20% ao ano. O valor nominal não é informado. A empresa tem 250 funcionários e coloca os produtos em 5 mil pontos de venda no Estado e ainda nos outros dois estados do Sul.
Recentemente, a Italiany vendeu a primeira carga de 22 toneladas de massas frescas, incluindo capeletti, para uma rede de atacarejo de Pernambuco.
"Com o calor que faz lá, as pessoas querem capeletti, que á mais consumido como sopa aqui. Lá devem fazer com molhos", comenta Taschetto. "Vamos ver a aceitação, mas queremos vender mais".  

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