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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 12 de Setembro de 2024 às 12:33

Consumo da enchente e frio puxam vendas do comércio do RS em julho

Eletrodomésticos foram um dos segmentos que tiveram maior elevação na retomada pós-cheias

Eletrodomésticos foram um dos segmentos que tiveram maior elevação na retomada pós-cheias

PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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As vendas do varejo do Rio Grande do Sul em julho vieram, na média, mais moderadas pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (12). O setor registrou elevação de 0,8% frente a junho no varejo restrito, mas queda de 0,3% no ampliado. Na comparação anual, produtos ligados à reposição das cheias e frio responderam pelas taxas mais elevadas. 
As vendas do varejo do Rio Grande do Sul em julho vieram, na média, mais moderadas pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (12). O setor registrou elevação de 0,8% frente a junho no varejo restrito, mas queda de 0,3% no ampliado. Na comparação anual, produtos ligados à reposição das cheias e frio responderam pelas taxas mais elevadas
Nesta quinta-feira, o Indicador de Inadimplência da CDL Porto Alegre apontou alta dos atrasos entre consumidores e queda entre empresas.
Móveis, eletrodomésticos, vestuário, materiais para escritório, veículos e materiais de construção ostentaram as taxas mais robustas de elevação. As lojas e a venda digital estão tendo demanda de famílias e negócios atingidos pela enchente. O frio, que foi um dos mais intensos nos anos recentes, deu um empurrão no fluxo de consumo em segmentos de vestuário e eletros ligados às estações climáticas.
O Estado veio levemente melhor que o Brasil, que teve avanço de 0,6%, segundo o IBGE, na comparação com junho no comércio restrito, com setores de consumo mais corriqueiro, de combustíveis, supermercados a farmácias.
O desempenho gaúcho foi mais fraco na última PMC do que junho, que teve alta de 1,8%, no mês seguinte aos eventos climáticos que arrasaram boa parte do território, afetando o comércio, incluindo fechamento de operações. Muitas empresas ainda não voltaram ou estão retomando os pontos. 
"A queda no comércio ampliado não é ruim ou negativa. Viemos de uma base de comparação muito elevada herdada de junho", avalia o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, lembrando que, em relação a julho de 2023, mantém-se a alta.
O comércio ampliado, que tem veículos, materiais de construções e atacarejos (supermercados de maior volume e foco e preço), teve variação positiva na média brasileira, mas de apenas 0,1%.  
No confronto de 12 meses, comparando com julho de 2023, os números vieram mais robustos. No varejo restrito gaúcho, o avanço foi de 9,8%, ante 11% de junho passado e 9,4% de maio. O comércio ampliado ostentou alta de 13,6%, depois de 11,5% de junho passado ante o mesmo mês do ano passado.
Revendas de veículos novos e usados ficaram parcialmente cobertas pela água em maio  | PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Revendas de veículos novos e usados ficaram parcialmente cobertas pela água em maio PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
No ano, a atividade varejista acumula elevação de 7,7% no recorte restrito e de 7,3% no ampliado. Em 12 meses, o avanço é de 5,9% (restrito) e de 5% (ampliado). O Brasil tem 5,1% no ano e 3,7% em 12 meses (restrito) e 4,7% desde janeiro e 3,8% desde agosto de 2023 na dimensão ampliada.  
Os destaques do mês no Rio Grande do Sul, sempre na comparação com julho de 2023 (o IBGE não apresenta dado setorizado para análise sobre o mês anterior), têm revendedoras de veículos, motocicletas, partes e peças registrando alta de 29,9%, mais que 7,7% de junho.
Móveis e eletrodomésticos venderam 26,5% mais (em junho, a elevação havia ficado em 31,5%), tecidos, vestuário e calçados chegaram a 17,6% de alta. Material de construção ostentou 23,9% mais nas vendas.
Em junho, equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação já tinham registrado elevação de 38,2% e, na mais recente apuração, mantiveram bom nível de aquecimento, com aumento de 22,4% na comercialização, segundo o IBGE.
Setores com consumo e reposição mais rotineiros mostram elevações, mas não tão intensas. Hipermercados e supermercados tiveram alta de 10,2%, depois de 19,3% em maio e 15,8% em junho, indicando que a maior demanda foi muito relacionada a necessidades pós-enchente.  Formato que vive expansão, com abertura de lojas por grandes bandeiras, os atacarejos venderam 8,1% mais, ante 19,5% da pesquisa de junho. 
Muitos itens chegaram a ter escassez ou falta e até limitação de unidades devido à procura em maio e junho. Problemas de logística, além de muitos centros de distribuição terem sido afetados pelas águas em muitas cidades, como Porto Alegre e Região Metropolitana.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos venderam mais, com alta de 15%, frente a 10,7% de junho. 
Combustíveis vêm mantendo regularidade, com aumento de 3,8%, após queda de 2%. Livros, jornais, revistas e papelaria vieram com sinal positivo, de 4%, depois de dois meses seguidos na baixa, com queda de 30,4% em maio e 1,3% na PMC anterior.
Frank opina que a condição recente tem influência forte do conjunto de recursos que irrigaram a demanda, desde auxílios, financiamentos, isenção de ICMS em produtos como linha branca - o Devolve-ICMS, sistema que o governo Eduardo Leite chegou a sugerir à União para abater o Imposto sobre Produtos |Industrializados (IPI) de eletros e móveis - e até adiamento do vencimento da conta de luz.
"Isso impulsiona setores essenciais (consumo como super e farmácias) e recompõe patrimônio, que puxa resultados bons que vemos em setores como móveis, eletros e comunicação e informática", associa o economista.

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