A
batalha dos atacarejos em solo gaúcho continua mais
quente do que nunca. Depois de noticiar que o
maior grupo no formato de loja vai abrir mais
três unidades até o fim do ano e outras seis em 2025, a coluna
Minuto Varejo revela os planos de expansão no mercado local da
sétima maior varejista de supermercados do País.
O ritmo é acelerado. "Vamos ter um final de ano de muito trabalho e correria", resume João Pereira, vice-presidente do grupo Pereira, de Santa Catarina. O grupo espalhará a bandeira Fort Atacadista entre a Região Metropolitana e Centro do Estado. Até onde Pereira contou.
Na liderança do formato, está a
Comercial Zaffari, dona do Stok Center, que pretende chegar a 60 pontos até 2027. Hoje são
33, a mais recente aberta em Torres. Outros players também têm ampliação:
Grupo Zaffari tem dois Cestto e vai abrir
mais cinco até o fim de 2025.
Grupo Imec abre, em Xangri-Lá, o
Desco onde era Nacional. Novo Hamburgo, aliás,
terá mais dois atacarejos: Stok Center e Cestto.
Este ano serão mais duas unidades do Fort, uma delas onde era o Carrefour, em Santa Cruz do Sul. Seleção para 250 vagas de emprego será de 26 a 30 de agosto. A outra loja será em Novo Hamburgo e está em construção, com 250 empregos.
Apesar dos preços de locação ou venda de ativos da varejista francesa serem considerados bem salgados por supermercadistas que o Minuto Varejo tem ouvido - o que explica muitos prédios que foram BIG e migraram para Carrefour ainda estarem fechados -, a varejista catarinense acertou o negócio.
Em 2023, o Pereira acertou a locação da loja que foi Maxxi-Atacado em Viamão, agora Fort. O Asun chegou a acertar a compra do ponto, mas não conseguiu receber o imóvel e desfez o contrato. O Fort entrou no Estado em 2023 e hoje tem três unidades: Canoas, Caxias do Sul e Viamão.
O ritmo "forte", num trocadilho com o nome da bandeira, tem uma razão bem compreensível: "Depois (das duas de 2024), serão mais seis lojas. Mais de R$ 500 milhões em investimento", adianta o vice-presidente. O plano completo, incluindo para outros estados, será divulgado em outubro.
"Duas em Porto Alegre", garante Pereira. Uma delas estava prevista para a Zona Leste - a coluna já mostrou licenciamento para as obras -, na avenida Manoel Elias, onde abriu, a poucos metros, um Stok Center.
O empresário catarinense faz suspense agora sobre as localizações. "A concorrência se antecipa e coloca loja onde vamos colocar. Isso fortalece (o mercado)", opina.
"Quando muitos tiram o pé (acelerador), apostamos em nosso desempenho", explica o empresário, que projeta faturamento bruto de R$ 15 bilhões este ano, com 12 aberturas, três no Estado. A cifra é 13,6% maior do que a de 2023, de R$ 13,2 bilhões. No ano que vem, serão 14 filiais, quase a metade no mercado gaúcho.
As unidades terão, em média, de 5 mil a 6 mil metros quadrado de área de venda, e 25 a 260 empregos diretos e 100 indiretos.
Sobre a superpopulação de atacarejos, com tantas bandeiras abrindo pontos, Pereira encara com naturalidade: "Se não tivesse este movimento de atacarejo, estaria abrindo hiper e super. Só mudou o nome".
A expansão, diz o vice-presidente, é parte da aposta do grupo na recuperação pós-cheias. "Já viemos de enchente, fomos muito prejudicados e saímos mais fortes", recorda ele, que passou pelo Estado nessa terça-feira (20) para uma ação na loja em Canoas. O grupo repassou R$ 900 mil de doações feitas nas lojas para ajudar gaúchos atingidos pelas inundações.