O varejo do Rio Grande do Sul foi na contramão da média do Brasil e teve alta pelo segundo mês seguido e busca recompor a atividade, após os impactos das cheias de maio. A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, registrou alta de 1,8% no volume de vendas em junho frente a maio nos segmentos que vão de combustíveis, supermercados, móveis, eletrodomésticos, vestuário e farmácias. O Brasil teve queda de 1%.
No chamado varejo ampliado, o Estado avançou 13,8%. O País subiu de leve, 0,4%. Considerando a comparação de junho com o mesmo mês de 2023, o maior salto foi verificado no formato de atacarejo, que unem volume de atacado e preços mais atrativos. Este segmento é o que vem tendo mais investimento e abertura de pontos. O setor cresceu 19,5%, enquanto os supermercados e hipermercados, subiram, mas memos 15,8%, no varejo restrito. Veículos tiveram alta de 7,7% e materiais de construção avançaram 9,7%.
No setores com desempenho positivo, despontam móveis e eletrodomésticos, com elevação de 31,4%. O percentual reforça a conexão com os impactos das cheias. Milhares de moradias foram afetadas e tiveram de fazer a substituição de mobiliário e utilidades. Também muitas pessoas estão fazendo reposição, após doarem itens usados de suas residências para quem perdeu tudo na enchente. Esta variável é apontada por entidades varejistas como razões para o aquecimento em vendas de diversos setores.
Outro segmento que veio bem no balanço de junho foi o de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com alta de 29,6%, depois de mais de 10% em maio. A busca por esses materiais pode ser atrelada também à demanda da reposição atrelada a empresas, que também foram fortemente atingidas em muitas zonas, desde Porto Alegre a dezenas de cidades do interior.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, setor que tem tido altas ao longo dos meses, muito influenciadas pelo pós-pandemia de Covid-19, manteviram o ritmo, com aumento de 10,6% no volume vendido.
O segmento do varejo que veio mais acanhado foi o de vestuário, com crescimento de 2% na comercialização, mesmo assim seguiu no lado positivo, após cravar alta de 5,4% em maio, em busca de recuperação da queda de 12,9% em abril.
As vendas de combustíveis e de livros e papelaria foram as únicas negativas, com recuo de 2% e 1,3%, respectivamente.
O confronto por segmento é sempre anual, frente ao mesmo mês do ano passado. A expectativa agora é pelos números de julho, cujos dados virão em setembro, com vendas que
vêm sendo alavancadas pelo frio, como há muitos anos não se via no Estado. Lojistas registram demanda bem maior do que a de 2023 e anos anteriores. Mas junto com mais vendas,
também subiu a inadimplência, cujas taxas reaqueceram em julho, segundo a CDL-POA.