O impacto das cheias históricas do Rio Grande do Sul nos negócios pode ser medido por uma gigante mundial de bebidas. A fábrica da icônica Coca-Cola, uma das duas da marca existentes no Estado e que foi completamente inundada em maio, só voltará a operar 100% em 2025.
Em nota, a Coca-Cola Femsa Brasil, braço da companhia mexicana dona da operação gaúcha e de parte do mercado brasileiro, informa que a unidade levará sete meses para retomar a produção total. O prazo começa a contar nesta semana, explica o grupo do setor de bebidas.
A coluna Minuto Varejo projeta, então, que as linhas estarão a todo vapor até março do ano que vem. A fábrica fica às margens da BR-290 (freeway), na Zona Norte da Capital. Quem passa pela região vislumbra o parque industrial, com a logomarca mundialmente conhecida.
Fábrica na Zona Norte da Capital foi inundada nos primeiros dias de maio
Ricardo Reinbrecht / Divulgação
A companhia explica, na nota, que está "implementando o plano de retomada da sua operação, que tem duração prevista de 7 meses". Além disso, a Femsa informa que "o quadro de colaboradores da unidade foi mantido desde o ocorrido (inundação), com a expectativa de retorno gradativo de suas linhas de produção".
Com a paralisação da fábrica de bebidas em maio, no auge da enchente que arrasou parte do território gaúcho e levou ao fechamento de indústrias, varejos e serviços - sendo que milhares de empresas ainda não voltaram a operar -, a companhia buscou operadores logísticos em Gravataí e Cachoeirinha e fábricas e engarrafadores do Sistema Coca-Cola, como Santa Maria e Antônio Carlos, em Santa Catarina, para abastecer pontos de venda e consumidores.
Prateleiras em supermercado ficaram sem produtos da marca no auge do impacto das cheias
PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
O Minuto Varejo chegou a mostrar prateleiras de supermercados vazias onde normalmente estariam disponíveis produtos da marca, devido à interrupção da produção na Capital e de bloqueios e dificuldades de abastecimento.
A Femsa, que não informa o valor do prejuízo com a inundação e nem o montante dos aportes para a reativação da fábrica, destacou ainda que segue "apoiando funcionários, comunidade e clientes na reconstrução e retorno às casas e seus negócios" em função dos impactos do evento climático.
Mesmo com a produção parada, a Femsa encaminhou
doações de água mineral, produzida por suas
unidades em São Paulo, ao Rio Grande do Sul.